• Hospital Clinicor
  • Vamol
  • Roma

A recomendação dos médicos e nutricionistas para que evitemos ao máximo alimentos industrializados prontos para consumo ganhou mais um respaldo nesta semana com a publicação de dois estudos no periódico científico BMJ que associam esses produtos a um maior risco de doenças cardiovasculares e de câncer colorretal.

comidaindustrilizada

Um dos trabalhos mostrou que o consumo frequente de pratos prontos à base de carnes, aves ou frutos do mar e bebidas adoçadas com açúcar aumentou de maneira significativa a incidência de câncer colorretal em homens e mulheres.

Foram analisados dados de cerca de 206 mil indivíduos norte-americanos. As taxas de câncer colorretal foram medidas por um período entre 24 e 28 anos, levando em consideração fatores médicos e estilo de vida.

Dentre os homens, que representam 22,5% do total de indivíduos analisados, a o risco de câncer colorretal associado ao consumo de alimentos ultraprocessados chegou a ser 29% maior.

Em um segundo estudo, pesquisadores concluíram que comidas industrializadas elevam em até 32% o risco de morte por doença cardiovascular.

Os fatores de risco relacionados incluíram o fato de consumidores de alimentos ultraprocessados terem, normalmente, uma dieta pobre em nutrientes importantes. Além disso, existem os aditivos químicos presentes nestes alimentos, que são comprovadamente prejudiciais à saúde.

Em um editorial os pesquisadores Carlos Monteiro (do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) e Geoffrey Cannon (do Centro de Estudos Epidemiológicos em Saúde e Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) lembram que "a maioria dos alimentos ultraprocessados ​​são produtos densos em energia, ricos em gordura, açúcar e sal e pobres em fibras e micronutrientes" e que o consumo excessivo deles "​​está associado a múltiplos desequilíbrios nutricionais".

Segundo os autores, "todo mundo precisa de comida, mas ninguém precisa de alimentos ultraprocessados ​​(com exceção da fórmula infantil, nos raros casos em que os bebês não têm acesso ao leite materno)".

Eles defendem a existência de políticas públicas "incluindo diretrizes e recomendações publicitárias de evasão, e ações, incluindo estatutos, destinadas a reduzir a produção e o consumo de alimentos ultraprocessados ​​e restringir ou, preferencialmente, proibir sua promoção".

R7

Foto: Freepik