O sarampo matou mais de 207 mil pessoas no mundo em 2019 – um aumento de 50% em quatro anos – segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA.
Segundo o relatório, o número de casos também foi o maior relatado em 23 anos (869.770), com aumento em todas as regiões.
A baixa cobertura vacinal na aplicação das duas doses da vacina é apontada como o principal motivo para o aumento de casos e mortes.
"Os dados mostram que não estamos conseguindo proteger as crianças do sarampo em todas as regiões do mundo. Devemos trabalhar coletivamente para apoiar os países e envolver as comunidades para alcançar todos, em todos os lugares, com a vacina contra o sarampo e deter esse vírus mortal", alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O aumento de casos e morte ocorre após um 'progresso global constante' entre 2010 e 2016, diz a OMS.
A vacinação é a principal medida de prevenção e controle do sarampo. Entretanto, muitos países adiaram suas campanhas em 2020 por causa da Covid-19. Em novembro, mais de 94 milhões de pessoas correm risco de não serem vacinadas em 26 países, diz o documento da OMS.
“Antes que houvesse uma crise de coronavírus, o mundo estava lutando contra uma crise de sarampo, e ela não foi embora. Não devemos permitir que nossa luta contra uma doença mortal aconteça às custas de nossa luta contra outra”, disse Henrietta Fore, diretora-executiva do UNICEF.
Sarampo no Brasil
O relatório menciona o Brasil como um dos países que, mesmo durante a pandemia, retomou a campanha de imunização. Além do Brasil, outros sete países voltaram a vacinar: Etiópia, Nepal, Nigéria, Filipinas, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Somália.
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De acordo com o Ministério da Saúde, em 2020, foram confirmados 7.718 casos de sarampo. Até agosto, foram registrados cinco óbitos no Brasil pela doença: um no estado de São Paulo, um no Rio de Janeiro e três no Pará.
Em 2019, o Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo. O critério estabelecido para a retirada do certificado é a incidência de casos confirmados do mesmo vírus durante 12 meses.
G1
Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde