A Sinovac, uma das três empresas da China que lideram a corrida no país asiático para conseguir uma vacina efetiva contra o novo coronavírus, garante que o antídoto que está sendo desenvolvido é efetivo contra diferentes cepas do patógeno que provoca a covid-19.
A afirmação foi feita na terça-feira (25) pelo CEO da companhia, Yin Weidong, durante entrevista concedida à emissora de televisão local "CGTN". O representante explicou que os resultados foram positivos contra, pelo menos, 20 cepas diferentes do SARS-CoV-2, provenientes da própria China, de Estados Unidos, Europa.
"Descobrimos que todos foram neutralizados. Ficamos muito otimistas, depois de ver que o tipo de soro do vírus da covid-19 não mudou. Nossa vacina pode neutralizar todas as cepas do vírus em nível global. Prevemos que terá um efeito protetor no mundo", garantiu Yin Weidong.
A candidata à vacina da Sinovac entrou na fase três de testes clínicos em 21 de julho, após não ser identificado qualquer efeito adverso nos mais de mil voluntários que participaram das duas primeiras fases.
"Após receber duas doses, entre 97% e 98% dos voluntários desenvolveu anticorpos. Estamos otimistas com os resultados", garantiu o CEO da companhia.
Weidong relatou que a estimativa dos pesquisadores da Sinovac é que o efeito imunizador da vacina poderia durar mais de dois anos, embora não haja teste confirmando a informação.
A empresa, que acaba de construir uma nova fábrica de 20 mil metros quadrados em apenas três meses, garante estar pronta para produzir vacina em massa e prometeu "amplo acesso", quando concluir todos os testes.
Segundo Weidong, as instalações recém-inauguradas têm capacidade para produzir até 300 milhões de doses por ano, o que seria suficiente para atender a demanda nacional e também de países estrangeiros.
Além disso, a Sinovac garantiu que outras nações, como a Indonésia, terão a mesma prioridade na hora de ter acesso à vacina do que a China.
De acordo com Weidong, os critérios para alocar as doses da vacina são que exista uma "grande massa de população que precise ser protegida" e que a área em questão "tenha uma alta taxa de infecção".
Apesar de a própria China ser um país com pandemia considerada controlada, o CEO da Sinovac garante se tratar de uma região prioritária.
"Nossas 1,4 bilhão de pessoas não têm imunidade. Estamos muito distantes da imunidade de grupo e há uma população muito numerosa, que precisa ser vacinada", concluiu o dirigente da companhia.
EFE
Foto: Xinhua/Zhang Yuwei