É frequente a dúvida se é interessante ou não fazer uma suplementação com colágeno. Estudos indicam que ela pode ser benéfica, sim. Pode atuar na prevenção de lesões e de desconforto articular e também na melhora da composição do microbioma, minimizando os processos inflamatório crônicos. O colágeno é uma proteína de importância fundamental na constituição da matriz extracelular do tecido conjuntivo, sendo responsável por grande parte de suas propriedades físicas.
Existem 16 tipos de colágenos. Mais de 80 a 90% dos colágenos encontrados são desses três tipos:
Tipo 1: colágeno mais abundante no corpo humano. Está presente nos tendões, na cartilagem fibrosa, no tecido conjuntivo frouxo comum, no tecido conjuntivo denso (onde é predominante sobre os outros tipos), sempre formando fibras e feixes, ou seja, está presente nos ossos, tendões e pele.
Tipo 2: encontrado na cartilagem articular, nos discos intervertebrais e no corpo vítreo do olho.
Tipo 3: o segundo tipo mais abundante de colágeno no corpo humano. É encontrado nas paredes intestinais, fibras reticulares, útero, músculos, vasos sangüíneos e combinado com o tipo 1.
Suplementos de colágeno podem ser encontrados em duas formas diferentes: na forma de colágeno hidrolisado ou na forma de um colágeno tipo II não desnaturado. Ambas as formas têm diferentes estratégias de dosagem e, embora seus benefícios possam compartilhar algumas semelhanças, podem ser considerados dois suplementos diferentes.
O impacto do exercício extenuante nas articulações do joelho pode causar dor localizada e rigidez, características marcantes da inflamação. Estudos indicam que nesses casos, assim como em doenças articulares, a suplementação de colágeno, principalmente do tipo 2, pode ser uma aliada na prevenção e no tratamento de processos inflamatórios mais complexos. Tais estudos sugerem que o exercício extenuante pode ativar alguns dos mesmos processos fisiológicos que ocorrem nas doença articulares.
Como agravamento, existem ainda indivíduos que possuem alterações em genes responsáveis pela produção do colágeno, o COL1A1, COL1A2, COL1A5, entre outros. Nesses casos, a suplementação pode ser ainda mais importante. Essas pessoas podem estar mais suscetíveis a lesões. Em algumas modalidades esportivas, os atletas que possuem essas alterações já são acompanhados, e o treinamento e a suplementação individualizados têm diminuído os índices de lesão nesses esportistas. O importante é que essa suplementação seja sempre realizada por profissionais capacitados para isso.
A ingestão de colágeno, também tem muitos efeitos positivos diferentes na saúde digestiva. O colágeno é rico em aminoácidos que melhoram a saúde digestiva, regulam a inflamação, protegem a barreira mucosa e melhoram a função dos enterócitos no trato intestinal. A glicina, um dos aminoácidos encontrados no colágeno também protege o fígado e ajuda na desintoxicação. O colágeno também pode ser usado como prebiótico, melhorando a microbiota intestinal através do estímulo do crescimento de bifidobactérias.
Cada vez mais os estudos indicam que uma suplementação com colágeno pode ser benéfica sim, principalmente para pessoas com maior propensão a lesões. Com o acompanhamento adequado e uma dieta rica também em alimentos que estimulem a produção dessa proteína, a performance do exercício diário e a diminuição de lesões pode ocorrer.
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