Por trás da classificação dramática da Inter de Milão para a final da ‘Champions League’, na última terça-feira, 6, esconde-se uma narrativa que ultrapassa os limites do esporte. Em uma partida que entrou para os anais do torneio europeu, a equipe italiana superou o Barcelona por 4 a 3 na prorrogação, garantindo vaga na decisão. Mas o que realmente marcou a noite no Giuseppe Meazza foi o protagonismo de um veterano que já travou batalhas muito mais duras do que as travadas dentro das quatro linhas.

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Francesco Acerbi, zagueiro de 36 anos, foi responsável pelo gol salvador nos acréscimos do tempo regulamentar, forçando a prorrogação ao empatar o confronto em 3 a 3. O momento não apenas manteve a Inter viva na competição como também refletiu a própria trajetória do defensor: resiliente, inesperada, marcada por reviravoltas.

A trajetória de Acerbi vai além do futebol. Envolve diagnósticos de câncer, cirurgias, tratamentos agressivos, crises pessoais e um enfrentamento público com vícios. Tudo isso antes de alcançar o momento mais alto de sua carreira em um torneio continental. O gol decisivo no apagar das luzes é apenas a ponta do iceberg de uma história de redenção.

Dentro de campo, a Inter mostrou maturidade e coração. O meio-campista Davide Frattesi anotou o gol da vitória na prorrogação, selando uma virada que parecia improvável diante de um Barcelona competitivo. Mas o pano de fundo emocional da partida estava no número 15 da equipe de Milão, que viu no futebol não apenas uma profissão, mas uma tábua de salvação.

A trajetória de Acerbi reverbera como símbolo de transformação. Ele próprio já declarou que a doença foi, paradoxalmente, o ponto de virada que o salvou de uma espiral autodestrutiva. E agora, no crepúsculo de sua carreira, alcança a grande final europeia como um exemplo vivo de resistência.

A Inter aguarda o vencedor do confronto entre Paris Saint-Germain e Arsenal, que se enfrentam nesta quarta-feira. A vantagem é do time francês, que venceu fora por 1 a 0. A final da ‘Champions’, porém, já tem garantida uma narrativa de superação que nem os roteiristas mais inspirados poderiam prever.

Catraca Livre

Foto: Divulgação / Inter de Milão