Um grande estudo publicado nesta quinta-feira (29) na revista científica BMJ Medicine sugere que altos níveis de massa muscular magra podem proteger contra a doença de Alzheimer.
A massa muscular magra é a quantidade de músculos presentes no corpo, excluindo a quantidade de gordura corporal. É a porção do peso corporal composta principalmente por tecido muscular, tendões e ossos. Ao todo, foram analisados dados de 450 mil participantes do UK Biobank, um banco de dados de saúde do Reino Unido, por meio de uma técnica chamada randomização mendeliana, que usa variantes genéticas como proxies para um fator de risco específico – no caso, a massa muscular magra.
A bioimpedância foi utilizada para estimar a massa muscular magra e o tecido adiposo nos braços e pernas. Os resultados foram ajustados para idade, sexo e ancestralidade genética.
Os pesquisadores descobriram que uma maior massa muscular magra foi associada a uma redução modesta, mas estatisticamente significativa, no risco de Alzheimer.
"Essas análises fornecem novas evidências que sustentam uma relação de causa e efeito entre massa magra e risco de doença de Alzheimer", escreveram os autores do trabalho.
As descobertas também destacaram a importância de distinguir entre massa muscular magra e gordura corporal ao estudar os efeitos nos resultados de saúde.
No entanto, os pesquisadores alertam que mais pesquisas são necessárias para entender as vias biológicas subjacentes e as implicações clínicas desses achados.
Eles também enfatizam a necessidade de replicação e investigação adicional antes de informar a saúde pública ou a prática clínica.
Se estudos futuros apoiarem essas descobertas, os esforços de saúde pública para promover exercícios e atividades físicas para mudar a distribuição populacional de massa magra podem ajudar a reduzir a carga da doença de Alzheimer.
Um estudo publicado no começo deste ano, no Journal of Alzheimer's Disease, revelou que pessoas obesas sofrem neurodegeneração cerebral em níveis semelhantes aos de indivíduos com a doença de Alzheimer.
Os achados, afirmam os autores do trabalho, sugerem que a perda de peso pode retardar o declínio cognitivo e reduzir o risco de demência com o passar dos anos.
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