O Instituto Butantan entrega nesta quinta-feira (17) 10 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde para vacinação de crianças.
Os caminhões carregados com os lotes do imunizante deixaram a sede do Instituto por volta das 8h30.
A liberação tinha sido confirmada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, durante coletiva de imprensa do governo paulista nesta quarta.
Após afirmar que não compraria mais o imunizante para o Programa Nacional de Imunização (PNI), o governo federal voltou a manifestar interesse na aquisição da CoronaVac em janeiro.
A Anvisa autorizou o uso da vacina para crianças na faixa etária de 6 a 17 anos no país. Além da CoronaVac, apenas o imunizante da Pfizer possui autorização da agência para o público infantil.
Em outubro de 2021, o Ministério da Saúde afirmou que não faria aquisição de novos lotes de CoronaVac para o calendário nacional de vacinação de 2022.
A vacina foi a primeira a ser aplicada na população brasileira e a responsável pela maior parte da imunização até que outras vacinas fossem adquiridas.
No entanto, seu uso sempre foi motivo de embate político entre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e do governador João Doria (PSDB).
Após a entrega pelo Butantan de todos os 100 milhões de doses do contrato com o governo federal para o PNI, sobraram 15 milhões de doses da vacina sem interessados em comprá-las.
Inicialmente, o Instituto Butantan declarou que, desses 15 milhões, 12 milhões haviam sido reservados ao governo de São Paulo para a aplicação em crianças assim que a autorização fosse concedida pela Anvisa.
No entanto, posteriormente, Dimas Covas afirmou que, dos 15 milhões de doses disponíveis, 8 milhões seriam destinados ao governo de São Paulo. Os 7 milhões de doses restantes ficariam reservados para ofertar ao Ministério da Saúde.
O diretor chegou a criticar o Ministério da Saúde na demora em demonstrar interesse na aquisição de novas doses. Em janeiro, o governo federal iniciou as negociações para a compra de mais 10 milhões imunizantes do Butantan.
A vacinação de crianças no Brasil começou a ser feita na semana passada, logo após a chegada do primeiro lote de vacinas pediátricas da Pfizer, até então, o único imunizante aprovado pela Anvisa para este grupo.
As vacinas foram destinadas incialmente a um grupo prioritário, formando por crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas.
O indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, foi a primeira criança a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ele recebeu a dose em um evento simbólico organizado pelo governo de São Paulo.
O governo paulista começou a aplicar a CoronaVac em crianças em 20 de janeiro, logo após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
G1
Foto: reprodução TVGlobo