Você já se perguntou se o paciente renal crônico pode comer banana? Qualquer doença crônica é para ser tratada com atenção. Quando falamos dos rins essa dedicação precisa ser redobrada para que o paciente tenha qualidade de vida.
Um dos fatores que interferem nisso é a alimentação. E alguns ingredientes devem ser evitados. Você quer saber se renal crônico pode comer banana?
Quem tem doença crônica nos rins pode comer banana?
Para a nutricionista da clínica Renal Quality, Leila Veiga, com sede em Jundaí, a alimentação de pacientes com doença renal crônica deve ser rica em nutrientes, porém alguns deles podem intensificar os sintomas da doença renal crônica, como o potássio.
“O potássio é muito importante para o funcionamento dos músculos e de todo o corpo, inclusive os músculos do coração. Mas em níveis elevados no sangue pode provocar complicações no coração e fraqueza muscular”, alerta Leila Veiga.
Frutas como banana e maçã devem ser evitadas, pois ambas têm potássio, sendo a primeira com maior concentração. Em substituição dessas, a nutricionista indica outras com baixa concentração do mineral, como abacaxi, acerola, ameixa fresca, limão, melancia e morango.
Como amenizar os efeitos do potássio no organismo
A especialista ensina alguns truques para reduzir o potássio dos alimentos: “descasque as frutas ou legumes e corte em pedaços pequenos. Coloque em uma panela com bastante água e deixe ferver. Depois de cozidos, escorra a água e prepare-os como desejar, como em purês, molhos, saladas, assados”.
Veiga ainda alerta para o consumo de amêndoas, avelãs, nozes, lentilha, feijões, soja, chocolate e pão e arroz integrais que também são ricos em potássio. A profissional diz que todas as pessoas com doença renal crônica devem procurar atendimento especializado para montar um cardápio adequado.
“O sucesso da intervenção dietética depende da adesão do paciente, que só pode ser alcançada com implementação de estratégias de educação nutricional eficiente e individualizada”, finaliza Leila Veiga.
O que é a doença renal crônica?
De acordo com o Jornal Brasileiro de Nefrologia, a doença renal crônica é uma “lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins (glomerular, tubular e endócrina).Em sua fase mais avançada (chamada de fase terminal de insuficiência renal crônica-IRC), os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente”.
Quais são as fases da doença renal crônica?
A doença renal crônica tem diversas fases. Podemos encontrar desde pacientes iniciais, quando ainda não há perda das funções do órgão, até aqueles que precisam de um transplante urgente.
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A doença se concentra principalmente em grupos de risco formados por pessoas com pressão alta, diabetes tipo mellitus ou histórico familiar. O Jornal Brasileiro de Nefrologia distingue essas etapas. Confira.
Fase de lesão com função renal normal: é o período inicial do problema, quando a filtração glomerular está normal apesar da lesão, com cerca de 90ml/min/1,73m2;
Fase de insuficiência renal funcional ou leve: como o próprio nome já aponta, há uma leve perda das funções do órgão. Se o paciente não fizer exames específicos ele nem vai saber que tem o problema. A filtração glomerular fica entre 60 e 89ml/min/1,73m2;
Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada: nessa fase os níveis de ureia e creatinina já estão elevados, mas o paciente encontra-se clinicamente bem. A filtração glomerular fica entre 30 e 59ml/min/1,73m2;
Fase de insuficiência renal clínica ou severa: nesse estágio o paciente já tem a chamada disfunção renal e tem sintomas marcados, como anemia, pressão alta, fraqueza e outros indícios. Com a filtração glomerular entre 15 a 29ml/min/1,73m2;
Fase terminal de insuficiência renal crônica: quando o paciente chega nessa fase ele já apresenta inúmeros sintomas e precisa fazer diálise ou transplante renal. A filtração natural do órgão está muito lenta sendo de 15ml/min/1,73m2 ou menos.
Quais são os números da doença renal crônica?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a doença é uma preocupação crescente, pois entre os anos de 2000 e 2016, o número de pessoas que precisaram de diálise deu um salto de 42 para 122 mil.
Em casos mais graves, foram realizadas 5,7 transplantes de rim em 2016 e 83% desses tratamentos foram feito pelo SUS, o Sistema Único de Saúde, que diz ainda que 5,7 mil pacientes fizeram transplante do órgão.
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A grande maioria desses pacientes recorreu ao Sus para realizar o tratamento (83%), pois mesmo tendo plano de saúde particular, alguns pacientes não encontram tratamento adequado na sua cidade. Por isso, o número de clínicas especializadas também cresceu de 510 para 747, principalmente no Sudeste brasileiro.
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