O sentimento que sinto por Floriano, é o tempo que cobre a brisa noturna da cidade. Eu olhava para os jardins que existiam na praça do Doutor Sebastião Martins e observava as águas do Rio Parnaíba; elas eram densas e mudavam de cor. A cidade dormia e acordava, o amor era tocado e visto com alegria, esperança e felicidade, preenchendo as lacunas da saudade.
Visitava a Igreja São Pedro de Alcântara e ouvia pessoas cantando cânticos gregorianos. As gotas de água caíam sobre a noite e meu coração ficava completamente feliz. Quantas vezes encontrei nuvens espessas e avistava crianças que brincavam na praça, sorriam de tudo, inclusive das borboletas que sobrevoavam no espelho dos alísios de outono.
A primeira cidade que conheci foi você, por isso se tornou meu eterno amor, um dia fui embora residir na metrópole paulista, com a finalidade de trabalhar e estudar, durante quinze anos que lá fiquei vivia a chorar, guardava profunda saudade da minha família e do meu lar, mas só Deus sabia como vivia meu âmago de lembranças do luar, de tuas ruas e avenidas; porque você é a única urbe que eu amo e nunca deixarei de amar.
Durante todo o tempo que estive afastado de ti, sentia falta e saudade de teu calor, vivia dividido por conta do teu amor. Quando me formei voltei somente para te venerar e junto a ti ficar, pois só tua temperatura é capaz de amenizar a dor e afagar a saudade que sinto diante do meu maior amor.
Ando pelas ruas de minha cidade e carrego comigo as recordações do passado, vejo pontos de interrogações e incertezas em cada olhar, mesmo ti amando todos os dias, meus olhos ficam a fascinar, quando analiso tua biografia entendo tua existência e quanto mais os dias se passam, mais me apaixono por sua naturalidade e teu cenário espetacular. Minha sombra vive em teu anoitecer, te amo tanto que não consigo viver sem você.
JOSÉ OSÓRIO FILHO