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In Nomine Domini!!!

Os dias 19, 21 e 22 de abril são datas que compõem um mosaico importante para refletirmos sobre nossas origens, nossa identidade, nosso presente e nosso futuro.

A primeira delas (19.04) se refere à celebração dos povos indígenas, os quais nos últimos 521 anos sofreram e sofrem uma brutal violência, um enorme desrespeito e uma criminosa perseguição as suas mais valiosas tradições. Mesmo assim, diante desse cenário histórico de enfrentamento e consequente sofrimento letal, noss@s ancestrais legítimos resistiram e resistem ainda hoje, frente às mais variadas estratégias de extermínio inauguradas outrora pela colonização europeia. O dia dos povos indígenas merece menos romantismo e mais vida pulsante com suas essências. Sem nenhuma dúvida, a mãe do Brasil é indígena.

Por conseguinte, a segunda data (21.04) diz respeito ao pertinente tributo a um herói/mártir nacional (Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes) que, pagou com a sua vida, com requintes de traição, suborno e crueldade pela liberdade de uma geração e pela autonomia de nossa nação, diante do poder arbitrário de um Coroa Portuguesa parasitária. Do século XVIII até hoje, a chama acesa por Tirandentes e os outros inconfidentes permanece viva e flamulando no campo de nosso tecido étnico, apesar dos ventos contrários das tempestades pelas quais já passamos. Como povo, precisamos de entusiasmo para bebermos sempre na fonte limpa de nossa história e a partir daí promover as devidas rupturas epistemológicas e existenciais. LIBERTAS QUAE SERA TAMEN (LIBERDADE AINDA QUE TARDIA).

Finalmente nos deparamos com o dia em que oficialmente se registra o descobrimento de um país já existente, com sua população e sua cultura (no sentido amplo abordado pelas ciências sociais). 22 de abril é, na sua raiz mais profunda, o aniversário da invasão de colonizadores europeus ao nosso rico e bem cuidado paraíso sob a sombra do padroado. São pouco mais de cinco (5) séculos de uma história pautada pela exploração, extermínio, autoritarismo, desigualdade, preconceito, corrupção, escravidão e fanatismo, entre outros. Se ainda temos esperança em um país melhor, certamente os nossos pilares estão na resistência de muitos escravos negros e mestiços guiados pela filosofia de vida UBUNTU; na coragem, no cuidado, na solidariedade e na concepção holística de nossas populações indígenas e nos poucos bons exemplos que atravessaram o oceano nas caravelas e optaram pelo lado certo dos oprimidos.

Os Óculos de Sophya lançam luz no campo da leitura, da hermenêutica e da crítica, a fim de quejardel enxerguemos os fenômenos de forma mais cristalina para o advento de novas cosmovisões. Paz e Bem!

Jardel VIana