A arqueóloga Niéde Guidon, uma das mais importantes pesquisadoras da história brasileira, morreu na madrugada desta quarta-feira, 04, aos 92 anos. Reconhecida internacionalmente, ela dedicou sua vida ao estudo da região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Sul Piauí, onde liderou escavações que mudaram o entendimento sobre a presença humana nas Américas.

niedeguidon

Niéde foi uma das primeiras a defender, com base em evidências arqueológicas, que o povoamento das Américas teria ocorrido há mais de 50 mil anos — muito antes do que se acreditava na época. Suas descobertas provocaram intensos debates na comunidade científica e colocaram o Brasil em destaque nas discussões sobre a pré-história do continente.

A arqueóloga dedicou-se incansavelmente à preservação do patrimônio cultural e natural do Brasil. Fundadora do Museu do Homem Americano, foi a grande responsável por transformar a região da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, em um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo.

Niéde Guidon deixa um legado inestimável para a ciência, a cultura e a história do Brasil. Seu nome permanecerá eternamente associado às pedras que ajudou a revelar — e nos corações de todos que acreditam em um país que respeita seu patrimônio e valoriza seus cientistas.

Filha de pai francês e mãe brasileira, Niède Guidon nasceu em Jaú, no interior de São Paulo. Por isso, tem dupla nacionalidade. Formou-se em História Natural pela Universidade de São Paulo (USP) em 1959, emendando uma especialização em Arqueologia Pré-Histórica na Universidade Paris-Sorbonne, concluída em 1962.

Fez doutorado na mesma universidade, apresentando em 1975 uma tese sobre as pinturas rupestres de Várzea Grande, no Piauí – estado brasileiro em que ela passou a maior parte de sua carreira como cientista.

Com informações do meio news

Foto: acervo do FUMDHAM