O meu anseio por seguir os caminhos da poesia e do direito me fascina, mas também me provoca estranheza. Retrata flores e amores que se foram, uma infância marcada por experiências difíceis e o trabalho nas obras de prédios, fábricas e ruas sob a luz da lua. Também inclui as noites em claro e os sofrimentos internos que deixaram marcas profundas, além de um lema indiscutível sobre uma nação desprovida de emoções em relação à própria vida.
As queixas expõem um período anterior, mas estão inseridas no agora, ofuscando as múltiplas dimensões de um sistema ultrapassado de diversas instituições políticas, que não têm um futuro e até aqui somente simbolizam o retrocesso de uma nação que ainda se comporta como uma colônia repleta de subjugados.
Um poeta vai além do que se pode imaginar, ele percebe o que a maioria ignora, sendo a expressão dos que estão tanto felizes quanto aflitos. Suas palavras abordam a pobreza e as dificuldades do cotidiano, ilustrando as dores e as ambições dos criminosos e da corrupção, mergulhando na poesia e desfazendo a ilusão de honestidade que reveste a natureza humana. Ele revela a realidade de seres humanos imersos em vaidade, egoísmo e maldade em meio a essa sociedade tão carente em todos os aspectos da vida.
A transformação da realidade de uma nação só pode ser alcançada por meio da educação, especialmente quando essa educação desafia os métodos tradicionais e empíricos. No entanto, os fundamentos do sistema educacional parecem inverter essa lógica. Não há questionamento sobre o desenvolvimento intelectual, os métodos aplicados servem somente para desvirtuar a consciência dos cidadãos. Além disso, uma mídia alienadora a serviço do sistema falido espalha a falta de empatia e integridade. Essa dissonância cria uma sociedade que opera em um nível superficial, onde a capacidade de reflexão é prejudicada, fazendo com que o que é correto se torne questionável, enquanto o que é errado é aceito como certo em uma perspectiva subjetiva da ignorância humana.
José Osório Filho