Foi preso suspeito de aplicar o golpe do “comprovante falso” em restaurantes da zona leste de Teresina, um jovem de 20 anos. A investigação da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) apontou que o investigado, que trabalhava em um restaurante no centro da cidade e foi demitido há uma semana- pedia por delivery os pratos mais caros dos estabelecimentos comerciais, mas não pagava. Somente em um dos restaurantes, o prejuízo foi quase de R$ 1 mil.
"O suspeito e demais pessoas que fazem parte da associação criminosa fazem compras de alto valor e o pagamento seria feito por meio de transferência bancária. Acontece que eles fazem um arquivo editado, criam um falso comprovante ou realizam um agendamento de transferência. Mandam uma imagem do comprovante para o vendedor e o estabelecimento não confirma se o dinheiro realmente caiu em conta e despacha o item comprado para entrega", explica o delegado Anchieta Nery, titular da DRCI.
Além de comidas, os suspeitos compravam também bebidas. O delegado explica que, além de adquirir os produtos de graça, o suspeito ainda tentava pegar dinheiro do restaurante.
"Ele fazia um pedido de vinhos caros, espumantes. A conta dava, por exemplo, R$ 270. Ele mandava um comprovante falso de R$ 370 e depois pedia desculpas informando que estava um pouco embriagado e havia botado dinheiro a mais. Aí ele pedia ao restaurante um estorno com esse valor em espécie. Então, além de levar os produtos, ele ainda levava o dinheiro", conta Nery.
Sem citar nomes, o delegado explica que o preso é investigado em golpes a restaurantes em Teresina, mas teria envolvimento em esquema criminoso que age também contra outros estabelecimentos comerciais como lojas de roupas e eletrônicos.
Anchieta Nery orienta que os estabelecimentos comerciais criem uma rotina de verificação efetiva do pagamento antes de despachar seus produtos para entrega.
"Vários criminosos têm praticado o crime de estelionato porque é um crime sem violência ou grave ameaça, não é hediondo e há uma certa complacência da legislação brasileira. As pessoas, às vezes, acabam respondendo em liberdade e causando vários prejuízos ao comércio. Há várias associações criminosas fazendo isso em Teresina. Muitos boletins de ocorrência. Os autores levam isso como brincadeira, acham que não dá em nada, mas podem responder criminalmente por estelionato", disse Nery.
O restaurante onde o suspeito trabalhava e foi demitido há uma semana não foi alvo do golpe.
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Foto: Roberta Aline/cidadeverde