No julgamento que se iniciou na manhã desta quarta-feira, 4, e ouviu nove testemunhas, incluindo o jornalista Jader Damasceno, único sobrevivente das três vítimas, o Réu no caso Salve Rainha, Moaci Moura da Silva Junior, disse em seu depoimento no Tribunal do Júri, que invadiu o sinal na noite do acidente por medo de assalto.
A acusação aponta nos autos do processo que Moaci conduzia embriagado um Corolla quando invadiu o semáforo do cruzamento das avenidas Miguel Rosa e Jacob Almendra, atingindo o Fusca onde estavam Jader Damasceno e os irmãos Francisco das Chagas e Bruno Queiroz, vítimas fatais do acidente no dia 26 de junho de 2016.
"Eu resolvi pegar o sinal verde. No último sinal eu me deparo com o Fusca branco. Não deu tempo desviar. Teve a colisão. Quando houve a colisão imediatamente o airbag abre no meu rosto, soltando um pó. Eu tirei o cinto de segurança, saio do carro e vou até às vítimas. Estava silêncio. Só dava pra ouvir o barulho do fusca", afirmou, após chorar e pedir desculpas aos familiares das vítimas.
Em depoimento ao Tribunal do Júri, Moaci negou ter ingerido bebida alcoólica. Ele disse que a bebida que estava em seu carro, uma garrafa de um whisky, foi deixada por um amigo. Afirmou ainda que saiu com o braço machucado e sua confusão não era pela embriaguez, mas pelos resquícios da colisão.
No depoimento, o réu disse que o houve falhas no diagnóstico da embriaguez. "Só mandaram eu fazer um quatro. Não consegui tocar os braços porque estava com o braço machucado", declarou.
Moaci diz que não se recorda da velocidade em que estava quando teria passado pelos semáforos. Segundo o MP, o réu se evadiu do local sem prestar socorro às vítimas.
A denúncia do MP aponta homicídio com crime de natureza grave e evasão do condutor no local do acidente.
Versão na audiência de custódia
O promotor Ubiraci Rocha contestou a versão de não embriaguez de Moaci apontando que, no depoimento do acusado em audiência de custódia, ele não teria confessado a embriaguez.
O promotor chegou a mostrar uma fotografia postada por Moaci em suas redes sociais para rebater a afirmação do acusado que garantiu não ter saído de sua residência durante o tempo em que era investigado. No registro, Moaci estava com um amigo no bairro Vermelha.
cv