A piauiense paratleta da Seleção Brasileira de Parabadminton, Auricélia Nunes Evangelista, enfrentou uma situação desagradável quando estava em translado para participar de disputa internacional da modalidade. A paratleta estava no voo Latam JJ 3199, que seguia de Aracaju-SE para Guarulhos-SP, quando utilizou suas redes sociais para denunciar estar sendo vítima de capacitismo.
“Isso é um absurdo, isso daqui que eu estou passando. Eu nunca pensei e nem desejo isso para ninguém. Então eu vou defender esse avião, mas eu quero que todo mundo saiba o que está acontecendo aqui. O preconceito aqui dentro é grande. Eu nunca pensei em estar passando por uma humilhação dessa, que eu nunca passei. Eu sou atleta internacional, gente. Eu estou aqui é pagando que nem vocês, eu não estou aqui de graça e nem estou pedindo para eles não. Então, está acontecendo isso que bem daqui. E eu quero que todos vocês saibam e, eu posso até descer daqui, mas eu vou brincar pelos meus direitos", pontuou em um vídeo que circula nas redes sociais. A atleta emitiu ainda uma nota de repúdio explicando a situação:
Nota de repúdio! Eu, Auricélia Nunes Evangelista, Paratleta da Seleção Brasileira de Parabadminton, ao embarcar na companhia, Latam Linhas Aéreas, às 2:40h do dia 15 de fevereiro de 2023, ou seja, hoje, no voo 3199 um rapaz que se diz “chefe de cabine” da Latam, fez o favor de falar que eu não poderia embarcar, porque sou cadeirante e não conseguiria ir ao banheiro da aeronave sozinha.
Detalhe, eu nem pedir para ir ao banheiro. Mesmo explicando e me identificando que, sou paratleta e que viajo há mais de 6 anos “sozinha”, Ele, simplesmente ignorou qualquer fala minha. “Por eu não andar, eu teria que ter um acompanhante”.
Estou convocada para compor a seleção Brasileira de Badminton e estou indo à primeira etapa internacional do ano, na Espanha e o “bendito cidadão”, me fala que, não posso viajar sozinha! Será que todo DEFICIENTE CADEIRANTE, quando entra em um avião, pede logo para ir ao banheiro? E será que todas as vezes é o mesmo, “Chefe de Cabine”, que o leva até o banheiro? E justamente por eu ser cadeirante, ele acha que tem o direito de tentar impedir meu direito de ir e vir?
Eu sou cadeirante, paratleta e tenho autonomia e direito de ir e vir com segurança e dignidade. Que a Latam Linhas Aéreas, capacite melhor seus funcionários e nos chame para entender quais são nossas reais necessidades, para embarcar. Porque, até meu horário das minhas necessidades fisiológicas ele, o “Chefe de Cabine”, quer controlar. Me chamem e perguntem quais são minhas necessidades. Eu uso uma cadeira de rodas, falo e conheço meus direitos. Agradeço a um funcionário da Latam Aracaju, que saiu do seu setor e veio esclarecer e intervir por mim, junto ao bendito “Chefe de Cabine”. Que isso não se repita com outros USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS. Graças a Deus cheguei a São Paulo.
Até o fechamento dessa matéria a Latam não se pronunciou.
180graus