No último sábado, 06, uma estudante de enfermagem de 22 anos foi esfaqueada, no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina. O suspeito é seu ex-namorado que se apresentou na Central de Flagrantes e foi liberado pela equipe de plantão. A soltura do rapaz causou revolta da família e foi considerado “estranho” pela delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher, que foi acionada por telefone pela família da vítima.
A tia da jovem, que não quis ser identificada, já que o rapaz ameaçou também a família, contou que a estudante tinha terminado o relacionamento com o suspeito, conhecido como Pepê, e que ele não estava aceitando a decisão dela. Para atrai-la até ele, segundo contou a tia, ele ligou para a jovem e disse que estava precisando usar a máquina de cartão, que ela tinha, para fazer uma transferência. Ao se encontrarem, o rapaz a feriu com vários golpes de facas. Ela foi socorrida e levada para o HUT (Hospital de Urgência de Teresina).
“Ela levou oito facadas, estava ferida nas pernas, no abdômen, nos braços e na mão. Durante a ocorrência, ele levou o carro e o celular de minha sobrinha”, disse a tia.
A jovem já foi medicada e teve alta neste domingo. A família estava indignada com a soltura do rapaz.
“Não tivemos acessos as informações na Central. Ele estava lá com o pai e advogado, uma pessoa da Central, que não sei dizer quem era, informou que como ele tinha se apresentado, ele iria ser solto e que eu procurasse a delegacia da mulher na terça ou quarta-feira. Estamos revoltados, porque é uma pessoa perigosa, que chegou a ameaçar a família”, disse.
A tia informou que chegou a acionar a delegada Vilma Alves por telefone, que marcou para recebe-la nesta segunda, às 9h.
“Queremos que seja feitos os processos legais e as providências corretas”, disse.
A delegada Vilma Alves disse que vai apurar a ocorrência e classificou com “estranho” e “incorreto” o procedimento, já que o crime ainda estava em flagrante.
"Vamos apurar o que o ocorreu. É uma tentativa de feminicídio. Essa soltura, se tiver ocorrido, é uma afronta à Lei Maria da Penha. A lei é uma conquista do movimento de mulheres e não pode sofrer essa afronta. Enfraquece a luta e isso a gente não pode deixar que aconteça”, afirmou a delegada Vilma Alves.
cv