Duas pessoas são presas por grilagem de terras no município de Bom Jesus. A ação foi conjunta do Ministério Público em parceria com o Interpi, Secretaria de Meio Ambiente e Polícia Militar. A dupla faz parte de um grupo acusado de se apropriar de terras públicas e realizar desmatamento ilegal.
De acordo com o Ministério Público, uma área de 3 mil hectares chegou a ser desmatada de forma irregular. A ação foi deflagrada após a identificação da área ser feita através de monitoramento de satélite.
"Essa operação visou, efetivamente, combater uma invasão de terra, em uma potencial sobra de área pública, por pessoas não autorizadas. São pessoas que efetivamente se deslocaram até a área, realizaram desmate ilegal, usando de maquinário pesado, desmataram cerca de 3 mil hectares. Isso estava sendo monitorado pelo Interpi, que constatou por satélite essa atuação. O Interpi entrou em contato com o Ministério Público, pelo grupo de combate a grilagem, que acionou a Semar e a Polícia Militar, e em uma operação conjunta nos deslocamos até a área e foi constatada a situação", explicou o promotor Mauricio Gomes, coordenador do Grupo Especial de Regularização Fundiária e de Combate à Grilagem ( Gercog).
Ainda de acordo com o promotor, o objetivo do grupo seria realizar a chamada grilagem de terra, através da tentativa de conseguir titulações fraudulentas. "O que se constatou no local foi um desmate gigantesco, uma tentativa de invasão de área pública para fins de futura regularização, tentar provar uma posse que não existia junto ao Interpi, por uma titulação por esse mecanismo"
Durante a operação realizada nesta quinta-feira (28), também foi verificado que trabalhadores estavam vivendo no local em condições análogas à escravidão. "No local não tinha sequer um banheiro para os trabalhadores. Os trabalhadores não tinham um refeitório. Eles dormiam amontoados dentro de um ônibus. Essa é a situação encontrada no local, degradante e desumana", explicou.
Além das prisões, também foram apreendidos tratores, um ônibus, e gerador de energia.
A área pública invadida está embargada pela Secretaria de Meio Ambiente, que ficará responsável por conduzir o processo de regularização, em parceria com o Interpi.
Trabalho Integrado
O coordenador do Grupo Especial de Regularização Fundiária e de Combate à Grilagem ( Gercog), promotor Mauricio Gomes, também destacou a importância da atuação integrada de instituições para possibilitar um resultado positivo.
"Uma coisa que merece ser destacada é que quando a informação é bem tratada, é de interesse público, e é bem tratada, há resultados positivos. Nesse caso, a gente está diante de um cenário desses. O Interpi, com sucesso, identificou um problema e soube compartilhar essa informação com os órgãos de fiscalização. Isso resultou em uma solução rápida. Quando os órgãos públicos dão as mãos, a sociedade ganha", destacou.
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Foto: divulgação