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As grandes barragens e açudes que garantiam o abastecimento de água no Piauí entraram em colapso. O volume de água está abaixo de 20% da capacidade de armazenamento. O uso de água está restrito para abastecimento humano e está vedada para uso econômico como para piscicultura e irrigação. No dia 5, a partir das 9 horas, no auditório da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos com todos os órgãos ligados a situação: Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contas as Secas), SDR (Secretaria de Desenvolvimento Rural), Defesa Civil , Meio Ambiente, Codevasf, Interpi (Instituto de Terras do Piauí), Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) e Agespisa.

 

O colapso ameaça abastecimento no Semiárido, sendo que 210, dos 224 municípios do Estado, estão em situação de emergência devido à seca. O coordenador do Dnocs no Piauí, José Carvalho Rufino, confirmou que das 23 grandes barragens, 60% está abaixo de 20% da capacidade de reserva de água.

 

Em situação crítica, os reservatórios foram fechados e o consumo de água restrito ao uso humano. As comportas, que mantinham os rios, foram fechadas e as atividades econômicas como cultura irrigada e piscicultura foram suspensas.

 

O prolongamento da estiagem deixou a maioria dos reservatórios de água em situação crítica e ameaça o abastecimento dos moradores de algumas cidades da região nos próximos meses. A situação das barragens e açudes de abastecimento é preocupante, disse Zé Carvalho.

 

“Agora, temos casos que não nos preocupava, que passou a preocupar. Por conta disso, estamos fazendo um monitoramento ainda maior e as barragens no Semiárido estão com volume de água muito baixo. Tivemos que fazer racionamento e restrições. É o caso das barragens de Piaus, em São Julião; Ingazeira no município de Paulistana e abastece também Acauã; a barragem de Bocaina, no município com o mesmo nome; o açude Cajazeiras na cidade de Pio IX são barragens que abastecem a região e estão em situação critica.

 

“Temos doze barragens com água abaixo de 20%, e realmente preocupa. A água já está poluída por material em suspensão. Tivemos que restringir somente para abastecimento humano e a água já não tem mais qualidade para consumo.”, explicou o coordenador do Dnocs.

 

Segundo ele, o abastecimento nas sedes das cidades é onde preocupa mais. Por exemplo, os municípios de Paulistana e Acauã eram abastecidos pelo açude Ingazeira, que está muito abaixo do nível, dentre outras cidades que passam pelo mesmo problema.

 

Em Bocaina tinha mais de 500 tanques redes para criação de peixes. Hoje, devido ao nível da água, são menos de 200 e ainda devem ser reduzidos para priorizar o abastecimento. A reunião no dia 5 vai reunir a cúpula da Agência Nacional de Águas com todos os organismos afins que tratam sobre a seca. O objetivo é encontrar alternativas para garantir água para as pessoas.

 

“Já intensificamos o monitoramento das barragens e açudes. Os açudes de Barreiras, Bocaína, Cajazeiras, Ingazeira, Joana (em Pedro II), Petrônio Portela (em São Raimundo Nonato, que abastece dez municípios) e Piaus (em São Julião), foram fechadas para uso econômico.”, explicou Zé Carvalho.

 

Ele ainda informou que nos municípios maiores, a Agespisa terá que cuidar do abastecimento, porque é uma situação complexa. “O lençol freático está rebaixado e os poços perfurados não têm dado água, ou quando dá, a água não tem qualidade para consumo humano. Esperamos que a água destas barragens dê até o início do inverno. Estamos fazendo o que é possível. Estamos trabalhando com o pior cenário.”, acrescentou o coordenador do Dnocs.

 

 

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