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O dólar fechou em queda nesta quinta-feira, 14, descolando do cenário internacional, com o mercado buscando patamares mais baixos baseado em interpretações de que o governo está preocupado com a inflação e o Banco Central poderá permitir cotações abaixo de R$ 1,95 para ajudar no combate à inflação. A moeda norte-americana fechou com desvalorização de 0,31%, a R$ 1,9584, ainda no menor nível de fechamento desde 11 de maio de 2012, quando encerrou a R$ 1,9560.

Durante a sessão, a moeda alcançou R$ 1,9710 na máxima, registrada logo no início dos negócios.

 

"O mercado sabe que o governo vai utilizar o dólar como âncora da inflação", afirmou um operador de uma corretora em São Paulo em condição de anonimato. "O dólar tem tendência de baixa e só sobe ou para de cair se acontecer uma catástrofe lá fora ou o governo aqui atuar fortemente", emendou.

 

Mais cedo, o dólar subiu com investidores buscando segurança na moeda norte-americana após dados fracos da economia da zona do euro. O Produto Interno Bruto (PIB) nos 17 países da zona do euro recuou 0,6% no quarto trimestre e 0,5% em 2012. As potências do bloco, Alemanha e França, definiram o tom e tiveram retrações piores do que as expectativas.

 

Desde o início do mês, o dólar já recuou 1,6%, mas pela primeira vez no ano fechou no patamar de R$ 1,95 nesta sessão. Segundo analistas, tal movimento aumenta as chances de intervenção do BC nas próximas sessões, principalmente se a moeda mostrar oscilações exageradas.

 

Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em torno de US$ 3 bilhões. "O mercado pode estar acreditando que haverá mais entrada de fluxo, o que me permitiria trabalhar um pouco abaixo de 1,95 real", afirmou o vice-presidente de Tesouraria do Banco WestLB do Brasil, Ures Folchini.

 

Inflação

"Até o momento, o mercado está tentando encontrar um piso ... Se não tiver leilão, o mercado vai continuar testando", disse o operador da Intercam Corretora Glauber Romano, destacando que o BC poderá intervir já na próxima sessão se mantiver a lógica da semana passada.

 

No momento da intervenção da última sexta-feira, o dólar era negociado em torno de R$ 1,953, nível que o mercado poderá buscar já na próxima sessão, incentivado também por expectativas de que haverá mais entradas de dólares no país nos próximos meses.

 

Preocupações com inflação e declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo não permitirá um dólar a R$ 1,85 fez o mercado puxar a moeda para R$ 1,95 na semana passada.

 

Em resposta ao movimento especulativo, o BC surpreendeu o mercado e interveio com um leilão de swap cambial reverso na mesma sessão, equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro. Operadores interpretaram que a autoridade monetária estaria defendendo um novo piso de R$ 1,95 real, mas analistas destacam que o BC também visa segurar a volatilidade do mercado com tais ações.

 

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, o fluxo cambial está negativo em 67 milhões de dólares no mês até o dia 8, puxado pela saída de recursos pela conta comercial.

 

G1 e Reuters