O superintendente da PF, Nivaldo Farias, começou a coletiva explicando os motivos que as investigações chegaram à Polícia Federal, solicitadas pelo Ministério da Justiça que seria sobre tráfico interestadual de mulheres e que para isso deveria primeiro saber como se deu a morte da estudante Fernanda Lages.
Na abertura da coletiva, o superintendente da PF mandou um recado aos promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha. Segundo o delegado, as declarações deles povoaram o imaginário público de informações que fizeram a população acreditar em homicídio. Mas, a tese não se confirma por provas colhidas.
"Eu particularmente observei um aspecto fundamental, um aspecto gravíssimo, que nenhum de nós gostaria de estar na pele da família. Quando se investiga morte violenta começar-se a se ter ideia e qualquer polícia do mundo inicia investigação de morte violenta como homicídio porque o prejuízo é menor. A PF passou por vários caminhos com tecnologia de ponta para dar uma resposta a altura. Hoje é o dia de anunciarmos o resultado. Acessamos portais, assistimos TV e acompanhamos o tratamento que foi dado ao caso. Não cabe aplaudir ou desacreditar o comportamento dos atores desse caso. Mas tenho que dizer que o imaginário popular começou a ser alimentado através de informações assodadas, precipitadas, coisa que não podemos fazer. Isso aconteceu. Você cria uma imagem de uma verdade, você não tem até então a verdade provada, que é o que interessa à polícia e à Justiça. O trabalho da PF é isento, feito por profissionais daqui e de fora", ressaltou o superintendente.
Nivaldo Farias disse ainda que a verdade provada é que interessa para a polícia e para a justiça. “Com entrevista uma hora depois do fato terão oportunidade de visualizar e criar uma imagem de verdade sabida e não provada que é a que interessa a polícia e a justiça e nem sempre essa é a que interessa aos atores e sociedade em geral. Fomos buscar colegas pelo no hall que eles detém, mas também porque quando um colega sai de uma unidade para outra e deixa seu trabalho e a família eles podem se dedicar dia e noite”, explicou.
30 policiais federais entre delegados, peritos, escrivães e agentes participaram das investigações.
Ele disse ainda que convidou os promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha para acompanhar a coletiva do auditório da superintendência. “Gostaria que os promotores estivessem presentes, porque seria interessante À medida que o trabalho fosse apresentado poderiam fazer algum contraponto e explicar o fenômeno a cerca do qual essa dúvida teria aparecido. Quero deixar claro que temos a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Ministério Público com o melhor relacionamento possível e todos são dignos do nosso respeito”, destacou.
Farias disse ainda que durante toda a investigação nenhuma denúncia anônima chegou à PF, mas que se qualquer pessoa que tiver uma informação quiser informar pode se dirigir à superintendência que o depoimento será tomado e o suspeito será preso.
A coletiva contou com a presença do superintendente Nivaldo Farias de Almeida, do superintendente executivo, José Olegário Nunes, os dois delegados que participaram do inquérito José Edilson Freitas e Alberto Ferreira Neto, o coordenador Geral da Defesa Institucional, delegado Marco Aurélio Pereira de Moura, o perito criminal e chefe do setor técnico cientifico do departamento da PF no Piauí, José Arthur Vasconcelos Neto e Carlos Eduardo Machado do Instituto Nacional de Criminalística.
Segundo José Edilson Freitas, foram mais de 150 pessoas investigadas ao longo de 10 meses. A PF analisou 184 horas de escutas telefônicas e 11.825 arquivos de áudio.
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