A família de Leoneide Ferreira, esposa morta pelo marido, o ex-jogador Edilson Rodrigues dos Santos, estuda mover uma ação contra o acusado após as declarações dadas ontem, 16, por ele, afirmando que familiares da vítima teriam interferido no relacionamento do casal. O advogado Haroldo Santos, cunhado de Leoneide Santos, em entrevista por telefone a um programa na capital piauiense hoje, 17, acusou o ex-jogador de manter Leoneide em cárcere privado ao longo dos 15 anos em que permaneceram casados.
Leoneide sofreu 11 facadas e morreu em dezembro de 2009, três meses após o crime. Desde então, Edilson estava sendo procurado pela polícia e foi preso na semana passada em Santo André (SP) e chegou a Teresina na madrugada de ontem. Após depoimento na Delegacia da Mulher, Edilson confessou, em entrevista, que matou a esposa porque sofria influência de um "demônio".
"É lamentável o que esse senhor fez com a esposa dele. Leoneide passou 15 anos de muita violência, sofrimento, humilhação. Ela passou 45 dias na UTI e 90 dias sem comer e sem beber. Esse crime ele cometeu com toda família. Com 30 dias do falecimento dela, um irmão dela cometeu suicídio. Ele [Edilson] mesmo disse que premeditou. Ele vinha há 15 anos mantendo ela em cárcere prvado. Não tem nada de demônio. Ele tem uma grande capacidade de pensamento e de planejamento. A justiça está começando a ser feita", afirmou o advogado.
Haroldo confirmou que Leoneide, antes de ser morta, havia dado entrada em um pedido de pensão alimentícia para os dois filhos. E isso seria uma possível motivação para o crime.
"Ela já tinha dado entrada na 4ª Vara com pedido de pensão alimentícia. Ela já estava separada dele e ele é violento, possuído pelo desejo de ficar com ela, e ela de maneira inocente pediu para deixar ela em paz. A delegada Vilma tem vários registros de pedido de socorro. Ele caçava ela por Teresina em todo lugar. A pensão era para os filhos, que passavam dificuldade. A família vai se pronunciar a partir de quinta. Estamos estudando o caso para dar entrada ao que é de direito da família", finalizou.
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