Uma gangue do bairro Dirceu, zona Sudeste da capital, anunciou ontem que possui uma lista de 16 jovens marcados para morrer. A lista negra foi divulgada na rede social Facebook. No último final de semana, dois homens foram brutalmente assassinados a tiros de revólver na porta da própria casa no Dirceu. Ontem, outro garoto passou por esse trauma de ver a morte passar a sua frente. O jovem, que foi baleado, resistiu aos ferimentos e encontra-se no hospital recebendo atendimento médico.
O pai de um dos jovens marcados para morrer, Antônio, em uma conversa explicou o problema enorme que seu filho de 15 anos está vivendo. Marcado para morrer, o filho do seu Antônio já não sai na rua, não vai ao Shopping e muito menos à escola. Antônio disse que soube da lista pelo Facebook e, segundo ele, faltam apenas 13 jovens para morrer.
Questionado sobre o envolvimento de seu filho com os integrantes da 'gangue', seu Antônio declarou que não há relação alguma, e que não sabe o porque de tudo isso. “Meu filho tem apenas 15 anos, não sai de casa, não vai a festa, o único lugar que ele frenquenta é o shopping e a escola, o que agora ele quer não mais ir. Esses elementos já mandaram mensagens falando que sabem onde ele estuda e que irão pegá-lo. Meu filho não quer mais estudar”, declarou.
Segundo o pai do jovem de 15 anos, o grupo de bandidos passa a todo momento em frente a sua casa, atirando, jogando piadinhas e deixando meu filho em pânico. “Ele já não dorme mais, e ficou com a síndrome do pânico”.
Antônio falou que o nome da gangue é BX e que o motivo de tudo isso possa ser mulher. Temendo a morte do seu garoto, Antônio já procurou os policiais do 8º DP (Distrito Policial), mas não obteve resultados. Por conta do crime que cresce disparadamente no Dirceu, Antônio tem o seu direito de cidadão interrompido. Nascido no Dirceu e agora de saída para um destino desconhecido, ele levará sua família embora e com ela sua história de vida marcada.
Jefferson Kalume, titular do 8º Distrito Policial de Teresina, disse por telefone que os dois rapazes mortos, um de 20 anos e outro menor de idade, não possuem histórico criminal. "Eles foram mortos sem chance de defesa", acrescentou. Jefferson narrou o trabalho de apuração da polícia. "Fizemos a perícia, procuramos os pais e apreendemos um CPU [memória de computador] e aparelho celular, mas não foram encontradas ameaças, apenas relacionamentos normais de qualquer jovem", contou.
O delegado disse que já possui um vertente de investigação, mas não citou nomes. Ele fez questão de ressaltar "a boa índole" dos jovens que foram executados.
Meio Norte