Foi recuperada na manhã dessa quinta-feira, 18, uma motocicleta modelo Honda/Biz, escondida em um matagal às margens da PI-116, na localidade Barro vermelho, zona rural do município de Parnaíba, litoral do Piauí.
Segundo informações, a moto havia sido tomada de assalto nas proximidades da Praia Pedra do Sal, por dois elementos armados. A moto tinha rastreador e foi encontrada por uma equipe da Força Tática e levada para a Central de Flagrantes, onde foi devolvida para o legitimo proprietário.
A investigação sobre a morte da advogada Izadora Mourão, 41 anos, mostra que a família seria dividida em núcleos familiares, ou seja, a mãe defendia os irmãos e o pai, que morreu, apoiava mais Izadora.
Nessa quinta-feira, 18, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ouviu cerca de dez testemunhas em depoimentos que demoraram cerca de 10 horas. Durante diligências em Pedro II, cidade onde ocorreu o crime, foi confirmado que a mãe de Izadora quitou o plano funerária da família que estava atrasado há dez meses. O pagamento foi realizado na semana anterior ao crime.
O irmão da vítima- o jornalista João Paulo Mourão - permanece preso preventivamente. A mãe também pode ter participação no crime. Até o momento, investigação do DHPP aponta que ela teria criado um álibi para proteger o filho.
O advogado Mauro Benício Júnior, nomeado pela OAB Piauí para acompanhar o caso, conta que a informação sobre a atualização do plano funerária foi repassada à OAB e levada ao DHPP.
"O trabalho do delegado Danúbio e da sua equipe tem sido muito bem feito. A OAB está pelas investigações e nisso recebemos essa informação que o plano funerário da família estava atrasado há dez meses e no dia 02 de fevereiro a mãe de Izadora foi lá e pagou. Isso era só uma denúncia, mas repassamos ao DHPP que confirmou que era verdade", explica Mauro Benício.
FAMÍLIA DIVIDA EM NÚCLEOS FAMILIARES
Mauro Júnior - que mora na cidade e acompanha de perto a investigação- conta que está claro que a família de Izadora era dividida em núcleos familiares. Com a morte do pai de Izadora, falecido há cerca de um ano em decorrência de um câncer- a advogada teria ficado desprotegida.
"Com a morte do pai, a Izadora ficou vulnerável. Ele amava muito a filha e tudo era pra ela. Do outro lado tinha a mãe que protegia o João Paulo e o irmão dele. Era muito claro que tinha o grupo da mãe e do pai. Mensagens no celular da Izadora mostra que havia várias discussões entre ela e o João Paulo e isso coincidiu com o depoimento de algumas testemunhas. Acredito que a questão patrimonial foi a gota d'água. A herança instigou e queriam tirar a Izadora de perto", relatou Benício.
IZADORA TEMIA PELA VIDA
Ao todo, cerca de dez testemunhas foram ouvidas, entre essas, o namorado, a diarista, uma vendedora de roupas que chegou a ser citada na versão da família, o ex-marido, a filha da vítima e a própria mãe da Izadora que, orientada pelo advogado, ficou em silêncio.
Durante o depoimento de testemunhas relatos que apontam que Izadora temia pela vida.
"Testemunhas contaram ao DHPP que um dia Izadora jogou fora uma quentinha que havia recebido da mãe como se estivesse com medo de que tivesse envenenada. Até pra dormir, ela colocava objetos na porta para caso alguém abrisse, ela ouvisse o barulho antes. O DHPP está fazendo um excelente trabalho desconstruindo a versão da família de que uma vendedora matou Izadora e construindo uma versão baseada em todo um corpo de provas. A OAB está pela verdade e estamos muito satisfeitos com a investigação do crime", conta o advogado Mauro Benício.
O resultado de exames solicitados pelo DHPP serão fundamentais para esclarecer o caso. As perícias serão realizadas pelo Instituto de Criminalística e Instituto de DNA Forense do Piauí.
Izadora foi assassinada na casa da família com sete perfurações de faca na região do pescoço e no peito. Ela morava no mesmo terreno da família onde de um lado era a casa e um cômodo funcionva como escritório da advogada e na outra ponta do terreno funciona um instituto de educação e uma pousada onde a advogada, geralmente, dormia.
No dia do crime, Izadora Mourão foi encontrada morta no quarto do irmão que nega a autoria do crime.
Por volta de 1:00h da madrugada desta sexta-feira, 19, um homem morreu e várias pessoas ficaram feridas durante um tiroteio na Ibiza Pub House, localizada na avenida João XXIII, Zona Leste de Teresina.
O local havia sido alugado para a realização de uma festa.
Um homem chegou armado ao estabelecimento e efetuou vários disparos. Um deles atingiu uma pessoa identificada como Jonas de Sena, de 30 anos, que morreu no local.
Outras pessoas que ficaram feridas buscaram socorro em hospitais da região.
Vídeo registrado na hora do tiroteio mostra pessoas correndo e vários disparos sendo efetuados.
O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa investiga o caso.
Vale lembrar que o decreto do Estado proíbe a realização de eventos após as 23h.
Em um dos trechos da entrevista da diarista colocada na cena do assassinato da advogada Izadora Santos Mourão, 41 anos, ela diz: "Queria me incriminar". O caso ocorreu em Pedro II, na semana passada. A vítima foi morta com sete perfurações de faca dentro do quarto do irmão que foi preso como suspeito. A mãe, até o momento, é apontada como cúmplice, por ter tentado criar um álibi para esconder que o próprio filho teria matado a irmã.
A entrevista exclusiva foi concedida ao radialista Ney Silva, correspondente da Rádio Cidade Verde em Pedro II. Ela contou detalhes da cena do crime, como encontrou a advogada e o desespero ao perceber que Izadora estava morta e "gelada".
"A dona Nerci me chamou, ligou pra mim 9h30 da manhã (eu sei que é esse horário porque é o hora que tomo meu remédio de pressão). Aí ela ligou e perguntou: dá pra tu vir aqui? eu disse: dona Nerci o que está acontecendo? ela disse: não, vem aqui. Dona Nerci, mas o que é que está acontecendo? você está bem? o João Paulo está bem? ela disse: não, tu vem aqui que chegar aqui tu vê. Aí eu fui", conta a diarista.
Ela relatou ainda que, a todo momento, a mãe de Izadora aparentava tranquilidade e deu a versão de que uma mulher cometeu o crime. Contudo, investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aponta que a mulher indicada pela mãe como autora do crime não existe e foi inventada para criar um álibe para o filho, o jornalista João Paulo, que permanece preso preventivamente. A diarista relata ainda que, quando chegou à residência, João Paulo estava deitado como se estivesse dormindo.
Quando ela (mãe de Izadora) abriu (a porta) falou assim: deram uma facada na Izadora. Entrou uma mulher aqui e deu uma facada na Izadora. Eu fiquei desesperada e saí correndo, disse: dona Nerci, dona Nerci chame o Samu, chame o Samu e corri. Ela estava sentada no chão e perguntei: Izadora, Izadora o que é que tu tem, minha filha? quem fez isso contigo? peguei no pulso e ela já estava gelada. Aí eu: dona Nerci cadê o João Paulo? ela disse: tá ali dormindo. Não sei se ele estava dormindo ou se fazendo. Acho que era se fazendo. Queriam me incriminar, eu amava ela. Saí correndo pro quarto dele, cheguei lá e mexi, mexi com ele e disse: João Paulo, João Paulo acorda que a Izadora tá passando mal. Aí eu fiquei com medo dele estar dormindo e sentir alguma coisa. Eu disse: te senta. Ele disse: não, vamos levar ela ao hospital. Ele se sentou e eu disse: olha, João Paulo, não tem mais que chamar hospital, tem que chamar é a polícia. Pelo amor de Deus! agora, agora. Ele se levantou e foi lá, relatou a diarista.
Na entrevista, ela conta que após avisar João Paulo foi acordar a filha de Izadora que dormia em um dos quartos.
Eu fiquei no quarto acordando a filhinha dela e disse: te acorda que tua mãe tá passando mal. Aí ela disse: o que foi e eu disse: não sei, se senta minha filha. Ela se sentou e eu disse: minha filha, tua mãe tá é morta. A dona Nerci abriu o portão pra uma mulher e ela veio e matou ela. Fiquei dando assistência à filhinha dela, a bichinha chorando muito. Aí ele foi lá pra varanda e eu disse: João Paulo, você já ligou pra polícia? e ele respondeu: tô tentando, tô tentando. Ele estava como se estivesse nervoso. Agora ela, dona Nerci, sempre era mais calma. Mas ele era como se estivesse nervoso tentando ligar pra polícia, disse a diarista.
"Aquela cena que acho que não sai da minha mente"
Com a reviravolta do caso e prisão do irmão da advogada, a diarista acredita que foi chamada à residência porque queriam incriminá-la. Ela conta do abalo psicológico
Tinha marca de sangue só nela, bastante sangue escorrendo do pescoço. Muito sangue na cama. Eu fiquei desesperada sem saber o que fizesse. Eu tô me sentindo hoje que ela me chamou pra poder me culpar, pra me culpar. Ter deixado eu pegar nela, que não era pra ter feito isso!.
"Só Deus é quem sabe como está o psicológico da minha cabeça depois de ter visto aquela cena. Aquela cena que acho que não sai da minha mente. Eu ter chegado lá e ter visto ela morta. Não sai, não sai, é muito forte!".
A frieza da mãe também chamou a atenção da diarista.
"Quando eu falei que ela estava morta: ela só disse assim: essa mulher veio só matar minha filha. Mas nessa hora era pra ela ter se desesperado, mas ela não se desesperou de jeito nenhum. Quem ficou desesperada fui eu", conta.
Ela relata ainda que o tempo que trabalhou na casa da família não percebeu qualquer tipo de desavença entre os irmãos.
"Eu ia lá de 15 e 15 dias. O que a gente via é que eles eram unidos, por isso foi uma surpresa pra gente. Pelo que a gente via, eles eram unidos, não eram desunidos, pelo menos, enquanto a gente estava lá. Não sei se era só fingimento também", reitera.
Bastante abalada e com medo, a diarista pede Justiça.
Ela era um pessoa maravilhosa, todo mundo gostava dela. Era muito humilde, tanto fazia ser com pobre ou rico, era aquela alegria. Uma pessoa muito boa, não merecia que fizesse uma coisa dela com ela. Espero Justiça, que seja feita a justiça. É desumano demais o que fizeram com ela, disse a diarista.