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Nova pesquisa do Observatório de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Núcleo Multidisciplinar e Interinstitucional, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), ressalta a distribuição espacial dos casos e óbitos por Covid-19 no Piauí três meses após o início da pandemia no estado. O trabalho foi feito por quatro pesquisadores da universidade: Thatiana Araujo Maranhão, Sandra Marina Gonçalves Bezerra, Augusto Cezar Antunes de Araujo Filho e Vinícius Alexandre da Silva Oliveira.

A pesquisa aponta que o estado do Piauí registrou seu primeiro caso e o primeiro óbito por COVID-19 nos dias 19 e 28 de março de 2020, respectivamente e, desde então, vem se observando aumento progressivo nas estatísticas da doença. Com isso, os pesquisadores utilizaram métodos epidemiológicos de análise espacial em saúde para o conhecimento preciso de municípios piauienses que apresentem aglomerados de altas taxas do problema. No trabalho, destacam-se especialmente Teresina e Água Branca com os maiores riscos relativos para óbitos pela doença.
O artigo apresenta um estudo ecológico realizado no Estado Piauí, que possui 224 municípios e população de 3.273.227 habitantes (IBGE, 2019). A professora Thatiana Maranhão, do curso de Enfermagem campus de Parnaíba, disse que foram empregadas técnicas de análise espacial em saúde, que é o geoprocessamento para se chegar até os dados.

“Essa metodologia permite uma melhor amplitude para a gente poder ver espacialmente, por meio dos mapas, onde o evento de saúde está mais presente. É muito melhor observar dessa forma do que por meio de tabelas, por exemplo. Então, é mais prático e podemos ter resultados mais rápido. Fica melhor a visualização do problema e torna mais fácil o entendimento do leitor ao observar aquele mapa”, explica a professora sobre a escolha da metodologia pelos pesquisadores.


O professor do curso de Medicina, campus Torquato Neto, Vinícius Oliveira afirma que o artigo correlaciona municípios entre si para entender de que forma o movimento de interiorização se dá a partir das relações entre municípios vizinhos. “É sabido por todo mundo que existem municípios que são satélites a determinados municípios polo, e há uma dinâmica de comércio e saúde principalmente se dá nesses locais. Esse fluxo e movimentação aumenta a incidência de casos nessas áreas mais metropolitanas”, diz.


De acordo com o artigo, a finalidade de apresentar visualmente a correlação espacial local é de mostrar o comportamento espacial dos casos de COVID-19, com vistas à orientação do processo de tomada de decisão dos gestores no âmbito local, bem como para auxiliar a definição de estratégias conjuntas de enfrentamento, nas cidades citadas e municípios vizinhos. A professora Sandra Gonçalves, do curso de Enfermagem do campus Poeta Torquato Neto, aponta que a contribuição que o artigo traz é principalmente controlar as barreiras sanitárias.

“Nosso objetivo é dar uma contribuição no controle das barreiras sanitárias. Isso é necessário para que tenhamos noção de quem entre e quem sai. Essa comunicação é extremamente importante para que possamos controlar esses vetores, por exemplo, a vigilância sanitária deve estar sempre de olho e principalmente nos sintomas que as pessoas estão apresentando, principalmente a transitar pelas áreas de maior infecção”, pontua.

Ao final do artigo, os professores constataram que os municípios de maior risco para infecção e morte por COVID-19 se situam na região metropolitana de Teresina, e em algumas cidades localizadas ao norte, como Barras, Esperantina, Luzilândia, Joaquim Pires, Parnaíba, Ilha Grande e Luís Correia, sendo todas próximas à divisa com o Maranhão. O professor do curso de Enfermagem do campus de Floriano, Augusto Araújo, recomenda o monitoramento principalmente nesses locais.

“Nós observamos uma maior incidência de casos em áreas próximas à divisa com o Maranhão. Com isso, nós recomendamos o monitoramento intensivo, por meio do o monitoramento intensivo nas regiões de divisas através da implantação de estratégias de controle com o uso de aplicativos para o possível monitoramento dos casos nas Barreiras Sanitárias, 24 horas por dia”, comenta o professor.

 

Uespi