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dpressaopospartoA depressão pós-parto (DPP) é um quadro que apresenta sintomas semelhantes ao de uma depressão comum. De acordo com o psiquiatra Joel Rennó, coordenador da Comissão de Estudo e Pesquisa da Saúde Mental da Mulher da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), mulheres que já tiveram depressão em algum momento da vida são mais suscetíveis a desenvolver DPP, pois o risco de uma nova crise depressiva aumenta a cada novo episódio depressivo.


Um dos principais causadores da depressão pós-parto é a vulnerabilidade à oscilação hormonal da mulher após o nascimento do bebê, pois esses hormônios interferem na recepção de neurotransmissores, que seriam responsáveis por regular o humor e sensação de bem-estar, por exemplo. Outros fatores que aumentam a pré-disposição à DPP são a gravidez na adolescência, falta de apoio familiar, diabetes gestacional e alterações na rotina, como no padrão de sono da mãe e de irritabilidade.


Os sintomas da depressão pós-parto são os mesmos de um quadro normal de depressão, com tristeza, perda de prazer e interesse nas atividades habituais, dificuldade de concentração, crises de choro, fadiga, problemas com a memória, desinteresse e desânimo para cuidar do bebê e pensamentos negativos. Para receber esse diagnóstico, os sintomas devem permanecer por pelo menos durante duas semanas, na maior parte dos dias, e interferir na vida dessa pessoa.


Rennó afirma que existe também a possibilidade da depressão ser desenvolvida durante a gestação, sendo chamada de depressão perinatal e, quando não tratada, é diagnosticada como depressão pós-parto. De acordo com o psiquiatra, a depressão pós-parto pode ser diagnosticada até um ano após o nascimento do bebê.


A psicose pós-parto começa logo nos primeiros dias após o nascimento do bebê e já é grave desde o início. Segundo Rennó, esse quadro é mais raro, acometendo uma a cada mil mulheres, e sendo comum entre pessoas com transtorno bipolar. Entre os sintomas, a mulher pode ter delírios, alucinações, rejeitar e até chegar a tentar agredir o bebê.


A depressão pós-parto também pode ocorrer entre os homens, mas não teria a relação hormonal como a das mulheres. Esse quadro ocorreria por que os homens teriam o sentimento de não serem capazes de cuidar do bebê, ou de não conseguirem sustentar o filho. A mudança na vida do casal poderia também influenciar no aparecimento de depressão pós-parto.


O diagnóstico da DPP é de maneira clínica a partir de uma consulta com um psiquiatra, que analisa os sintomas e a sua duração. O tratamento pode necessitar de tratamento com psicoterapia e uso de antidepressivos receitados pelo psiquiatra, que orienta o melhor remédio para que não haja interferência na amamentação do bebê.


Se a mãe não for tratada, é possível que essa distância com o bebê faça com que a criança tenha um atraso no desenvolvimento psicomotor e deixaria, futuramente, mais disposta a desenvolver algum tipo de transtorno mental, afirma o psiquiatra.


Segundo a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a rede de apoio dessa mãe pode ajudar na saúde. Cinthia afirma que ajudar a mãe nos afazeres de casa para que ela possa cuidar do bebê, ou até para descansar.

 

R7

Foto: Pixabay