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A automedicação é uma prática muito comum no Brasil, e também bastante prejudicial à saúde. O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), mostra que os medicamentos são o maior fator de intoxicação e envenenamento, com 40% dos 39.521 casos ocorridos em 2016. O levantamento é feito com base nos últimos dados disponíveis, que são de 2016.

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Para a cardiologista Márcia Beatriz de Jesus Lima, a automedicação, principalmente para dores, é muito problemática. Quem é portador de doenças crônicas, por exemplo, e faz bastante uso de remédios anti-inflamatórios deve ter cuidado. Esses medicamentos tem muita repercussão na saúde, como insuficiência renal aguda, por exemplo. A médica estima que 50% dos seus pacientes se automediquem.

“Muitos pacientes se medicam com a indicação de um vizinho [por exemplo], sem entender que a medicação é prescrita com base na etnia, idade e se há outros problemas. Além disso, a receita é individualizada para o paciente”, diz. Márcia Beatriz afirma que, em caso de dores mais comuns e, de forma esporádica, pode ser feito o uso do medicamento. “O que não pode é a pessoa todo dia de sentir uma dor e não ir ao médico investigar as causas”, adverte.

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Uma questão que frequentemente volta a ser debatida, até mesmo no Congresso, diz respeito à comercialização de medicamentos isentos de prescrição (MIPs). Em maio deste ano, o presidente Michel Temer falou da possibilidade de liberar a venda de remédios dessa categoria nos supermercados. Essa é uma pauta de interesse dos empresários desses setores (farmacêutico e varejo), mas foi vista com desconfiança e vetada em 2012, pela então presidente Dilma Rousseff. Ela temia que a liberação indiscriminada desses medicamentos poderia levar a um aumento da automedicação.

40% dos brasileiros fazem autodiagnostico pela internet, aponta pesquisa

Outra prática comum é o autodiagnostico. Com a facilidade oferecida pelas pesquisas feitas com alguns cliques em buscadores na internet, não é raro ouvir de pessoas próximas o conselho para pesquisar no Google, ao aparecimento de um incômodo ou sintoma de doença. Um teste bem simples como pesquisar “o que pode ser dor de cabeça” já leva a várias palavras relacionadas e textos pouco confiáveis.

Uma pesquisa do ICTQ, divulgado em agosto, mostra que 40% dos brasileiros fazem autodiagnostico médico pela internet. Segundo o levantamento, o autodiagnostico é mais comum entre os jovens, com escolaridade de nível superior e das classes A e B. O ICTQ avalia que esse perfil mostra que “o autodiagnostico não é um comportamento resultante apenas da precariedade da saúde pública e suplementar no País”, mas que também é “resultado de um estilo de vida cada vez mais digital”.

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Fonte: Portal O Dia