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Cerca de 42% dos brasileiros não sabe o que é pré-diabetes, condição de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Isso é o que revelou uma pesquisa realizada, por meio de amostragem, pelo Ibope a pedido da Merck, empresa farmacêutica.


Cerca de 15 milhões de brasileiros tem pré-diabetes, segundo o International Diabetes Federation (IDF). A condição é considerada quando a taxa de glicose está acima do parâmetro, ou seja, glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dl, mas não alta o suficiente para causar o diabetes. Essa taxa é identifica por meio de exame de sangue.

 

Segundo o endocrinologista João Eduardo Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), após esse resultado, é necessário realizar um exame de curva glicêmica para confirmar a condição.

“No pré-diabetes a pessoa já apresenta resistência à insulina. Quando ela não consegue reverter este quadro, ou seja, as células não conseguem produzir mais insulina, ela desenvolve o diabetes. Esse processo está ligado à obesidade. Quando a pessoa continua em um quadro de sobrepeso após o diagnóstico de pré-diabetes, ela irá desenvolver diabetes. O histórico familiar influencia no desenvolvimento da diabetes tipo 2”, explica.


Estima-se que cerca de 70% das pessoas com glicemia de jejum alterada, quando não tratadas, desenvolvem o diabetes tipo 2, de acordo com estudo publicado na revista científica Lancet.

O diabetes atinge 7% da população brasileira e cresceu mais da metade nos últimos 10 anos, segundo o Ministério da Saúde. Mais de 90% dos casos de diabetes no país é do tipo 2.

Comer doce não leva à pré-diabetes
A pesquisa ainda mostrou o desconhecimento sobre os fatores que levam à pré-diabetes. Cerca de 76% disseram acreditar que a ingestão de doces leva à condição e apenas 34% afirmaram que a pressão alta é uma agravante.

“A ingestão de doces em si não leva à pré-diabetes, mas sim uma série de fatores. Ressalto que um dos principais fatores é o sobrepeso e a obesidade, causados pelo conjunto de má alimentação e a falta de atividade física”, explica o endocrinologista.
Segundo o estudo, 55% dos brasileiros estão com sobrepeso e, portanto, já se encontram no grupo de risco para o pré-diabetes.

Ele afirma que é possível reverter a situação. A principal medida é a perda de peso a partir da mudança de estilo de vida. Segundo ele, isso significa incluir a prática regular de atividade física e fazer reeducação alimentar, de preferência, orientada por uma nutricionista.
“A idade não é um fator determinante, porém a pré-diabetes é mais comum a partir dos 45 anos para mulheres e 50, para homens”, explica.

R7