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Para a população não vegana e vegetariana, a carne vermelha é parte fundamental das refeições diárias e a principal fonte de proteína. No entanto, o consumo exagerado pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Por causa disso, o Ministério da Saúde recomenda limitar a ingestão diária de carne vermelha para 300 a 500 gramas por semana – o equivalente a 42 a 71 gramas por dia. Alguns cientistas são um pouco mais drásticos: dieta lançada recentemente, conhecida como dieta da saúde planetária, orienta o consumo de menos de 100 gramas por semana (14 gramas por dia).

O problema é que a redução interfere na quantidade de nutrientes consumidos, como ferro, zinco e proteína. Por isso, para fazê-la é preciso substituir a carne por outros alimentos capazes de suprir as necessidades nutricionais deixadas pelo corte. Mas o que deve ser acrescentado à dieta para garantir todos o consumo correto de nutrientes? O site especializado Science Alert preparou um lista de alimentos que podem ser incluídos na alimentação para não comprometer a ingestão de nutrientes. Confira.
1. Proteína
As carnes no geral costumam ser a principal fonte de proteína animal da dieta carnívora. Elas também fornecem aminoácidos essenciais que o organismo utiliza para produzir músculos, tecidos, hormônios, neurotransmissores e diferentes células e anticorpos no sistema imunológico.

Para manter a proteína animal dentro do recomendado ao reduzir a carne vermelha, pode-se acrescentar (por dia):
25 gramas de frango;
28 gramas de peixe;
200 gramas de leite;
50 gramas de queijo; e
até 2 ovos por semana.
Essa combinação, associada a carne vermelha (em pouca quantidade), fornecem cerca de 80% das necessidades diárias de proteínas de fonte animal. O restante das proteínas podem ser facilmente em alimentos de origem vegetal, como nozes, feijão, cereais integrais e legumes.
2. Ferro
O ferro é um nutriente essencial par diversas funções do corpo, incluindo transporte de oxigênio para o sangue. Quando ingerido em quantidades menores que a recomenda, o organismo pode sofrer deficiência, o que pode levar anemia. Por isso é importante controlar adequadamente o consumo de ferro.

Vale lembrar que existe diferença entre a quantidade necessária de acordo com o sexo do indivíduo. Para as mulheres, especialmente antes da menopausa, o ferro é importante para compensar a perda de sangue durante a menstruação. Para elas, o consumo deve ser de 18 miligramas por dia. No caso do homens, a necessidade é menor: apenas 8 miligramas.

Além da carne vermelha, que fornece 3,3 miligramas a cada 100 gramas consumidas, outras boas fontes de ferro são:

Peito de frango (0,4 mg a cada 100 g);
Coxa de frango (0,9 mg a cada 100 g);
Carne de porco (0,7 mg a cada 100 g);
Feijão cozido (1,7 mg a cada 100 g); e
lentilha marrom (2,37 a cada 100 g).
Uma redução do consumo de carne para 14 gramas por dia requer 100 gramas de lentilha ou 150 gramas de feijão, por exemplo.

3. Vitamina B12
A vitamina B12 é importante para o funcionamento do sangue e dos nervos. Esse nutriente é encontrado apenas em fontes animais, por isso o corte da carne vermelha pode levar à deficiência caso não seja substituída por outras fontes. A quantidade diária necessária para homens e mulheres é a mesma: 2,4 microgramas. Para garantir esse valor é preciso incluir na dieta:

Carne bovina (2,5 micrograma por 100 gramas);
1 copo de leite (1,24 microgramas);
1 fatia de queijo (0,4 microgramas);
Existem alimentos de origem vegetal que têm vitamina B12, como espinafre e alimentos fermentados (kefir, kvass, kombucha, miso, kimchi), mas as quantidades estão muito abaixo da necessidade nutricional. O único alimento que foge a essa regra é o cogumelo shiitake, que fornece 5 microgramas a cada 100 gramas consumidas.

Uma redução do consumo de carne para 14 gramas por dia requer 200 ml de leite associadas a 20 gramas de queijo, por exemplo.
4. Zinco
O zinco é outro nutriente essencial para o funcionamento do corpo já que está envolvido em funções importantes como olfato e paladar. Assim como o ferro, a quantidade necessária varia de acordo com o sexo, sendo maior para os homens (14 miligramas diárias) já que o zinco é necessário para a produção e desenvolvimento de espermatozoides. Nas mulheres, a quantidade é 8 miligramas.

Entre as carnes, a bovina é a que garante maior ingestão de zinco (8,2 miligramas por 100 gramas ingeridas). Além das carnes vermelhas, outras boas fontes de zinco incluem:

Peito de frango (0,68 mg a cada 100 g);
Coxa de frango (2 mg a cada 100 g);
Ostras (48,3 mg a cada 100 g); e
Grãos, como feijão, lentilha e grão de bico (1 mg a cada 100 g).
Uma redução do consumo de carne para 14 gramas por dia requer 150 gramas de feijão, três fatias de pão integral e 30 gramas de nozes mistas, por exemplo.

Fibra: um acréscimo importante
É comum que indivíduos com dieta carnívora não alcancem os níveis de fibra alimentar recomendados (25 gramas por dia). O brasileiro, por exemplo, consome apenas 14 gramas.

O consumo do nutriente ajuda a reduzir o risco de diversas doenças, como diabetes tipo 2, câncer de intestino e acidente vascular cerebral (AVC). Felizmente, a substituição da carne vermelha por fontes alternativas ajuda a elevar os níveis de fibras. Para aqueles que não desejam reduzir o consumo de carne vermelha, os alimentos citados podem ser acrescidos à dieta para melhorar a ingestão de fibra.

Vale lembrar que nenhum alteração dietética deve ser realizada sem orientação médica.

 

veja

Diariamente, centenas de brasileiros recorrem à Justiça para tentar garantir que o Estado forneça-lhes medicamentos os quais não teriam condições de comprar.

Um julgamento previsto para esta quinta-feira (13) no STF (Supremo Tribunal Federal) deve pavimentar juridicamente o caminho para quem depende desses remédios, que não constam na lista do Programa de Medicamentos de Dispensação em Caráter Excepcional do Ministério da Saúde .

Na pauta, um processo com repercussão geral que obriga o Estado do Rio Grande do Norte a pagar por um medicamento de uma empregada doméstica, portadora de uma hipertensão pulmonar.

"A depender do resultado, a decisão do STF vai dar mais embasamento e uma jurisprudência mais sólida. Muitas vezes, hoje a Justiça em relação aos medicamentos de alto custo é sorte", diz a advogada especializada em direito à saúde Renata Vilhena, que há uma década trabalha com esse tipo de ação.

Ela aposta que na ação desta quinta-feira o Supremo decidirá pelo fornecimento dos remédios.

"Se o medicamento está registrado na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e é comercializado no Brasil, é porque tem eficácia e necessidade de comercialização. Se não está na lista do SUS, por questão econômica, financeira, mas não há outro substituto, o Estado tem que entregar. A Constituição fala claramente do direito à saúde e à vida."


A Procuradoria-Geral Estado do Rio Grande do Norte, que recorreu ao STF, após a Justiça obrigar o custeio do tratamento em duas decisões, alega que há prejuízo de outros cidadãos em detrimento de um único indivíduo.

"A sensibilidade dos magistrados expressa no atendimento aos reclamos de autores de ações que visam à concessão de medicamentos é louvável. Ocorre que eles estão esquecendo que, ao beneficiarem uma única pessoa com suas decisões, estão prejudicando muitas outras, pois o Estado está destinando os recursos previstos para fazer face às políticas universais de saúde ao cumprimento das decisões judiciais que determinam o fornecimento individualizado de medicamentos extremamente caros, de até mais de R$ 20.000,000 (vinte mil reais) cada caixa, como no presente caso", sustenta.

Mãe de um garoto com atrofia muscular espinhal (AME), Fátima Braga luta na Justiça para conseguir um medicamento que custaria mais de R$ 2 milhões por ano.

Como presidente da Abrame (Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal), ela esteve com a ministra Cármen Lúcia e diz acreditar que o Supremo será sensível em relação ao assunto.

"A postura dela [ministra], e que eu acho que ela conseguiu conduzir com os colegas, é a de realmente o paciente ter acesso [aos medicamentos]. Eu acredito que eles vão dar o direito aos pacientes."

Apesar disso, Fátima se queixa das dificuldades que familiares de pessoas com doenças raras, com a AME, têm de enfrentar.

"Nós não temos pena de morte no Brasil, mas infelizmente as crianças com atrofia muscular espinhal estão tendo sim. Condenadas pelo Ministério da Saúde. Porque se tem tratamento e elas não conseguem ter acesso, estão condenadas."

Fátima cita o caso de uma mãe que conseguiu há mais de seis meses uma liminar na Justiça para que o governo pague pelo medicamento, o Spinraza. Apesar da decisão favorável, a menina de dois anos ainda não recebeu a primeira injeção.

"Se tivesse feito o tratamento com um ano e meio, ela estaria com a evolução [da doença] bloqueada", afirma ela, pontuando dificuldades do Estado para cumprir decisões judiciais.

O SUS disponibiliza o Spinraza para pacientes com AME tipo 1, com "diagnóstico genético confirmatório que não estejam em ventilação mecânica invasiva permanente" desde 24 de abril deste ano, o que Fátima questiona.

Normalmente, a criança já precisa de respiração mecânica antes mesmo de conseguir realizar o exame que dá o diagnóstico, o que a excluiria das condições necessárias para receber o medicamento, segundo ela.

Ela ressalta ainda o fato de ter que haver exame genético comprovando a doença, sendo que o SUS não oferece esse exame.

Nesta quarta-feira (12), o governo estendeu o tratamento com Spinraza a pacientes com os tipos 2 e 3 da doença. Segundo o Ministério da Saúde, essas novas incorporações serão as primeiras com compartilhamento de risco. Nessa modalidade, o governo só paga pelo remédio caso a saúde do paciente melhore.
Já a advogada Tania Brunhera Kowalski vê com ceticismo a aplicação da lei em relação ao fornecimento de medicamentos.

O Programa de Medicamentos de Dispensação em Caráter Excepcional do Ministério da Saúde obriga o Estado a disponibilizar os remédios para o tratamento de transplantados, portadores de insuficiência renal crônica, esclerose múltipla, hepatite viral crônica B e C, epilepsia, esquizofrenia refratária e de doenças genéticas como fibrose cística e a doença de Gaucher.

No entanto, ela relata que uma cliente em São Paulo está desde fevereiro sem o medicamento para hepatite B, que custaria em torno de R$ 2.500 por mês se fosse comprado na farmácia.

"Ela recebe um salário mínimo por mês, não tem como pagar. [...] Hoje a gente está vivendo uma situação de pessoas que já recebiam medicamento pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e deixaram de receber. Eles esperam acabar o estoque para depois fazer uma nova licitação."

 

R7

 

longevidadeO lado sombrio do bônus da longevidade é o aumento do número de casos de demência. Atualmente, cerca de 50 milhões de pessoas no mundo sofrem com a doença, mas a expectativa é de que esse total triplique até 2050. O quadro não é diferente no Brasil, onde 55 mil novos casos são diagnosticados todo ano – os atuais 1.4 milhão de brasileiros com a enfermidade serão cerca de 6 milhões em 2050.

Por isso é tão importante o trabalho do geriatra norte-americano Allen Power. Autor de best-sellers sobre o tema, como “Dementia beyond disease” e “Dementia beyond drugs” (respectivamente, “Demência além da doença” e “Demência além das drogas”), ele se dedica ao que chama de “missão”: ser um educador com o objetivo de transformar os modelos de abordagem e tratamento existentes. Sua trajetória paralela como músico e compositor acabou se fundindo com a atividade médica: tem inclusive uma canção, intitulada “If you don´t mind” (“Se você não se importa”), dedicada à autonomia dos idosos.


Os argumentos de Allen Power jogam uma luz potente sobre o processo de desumanização a que os pacientes com demência são submetidos. “Por que achamos que resolvemos tudo com medicação?”, provoca. E vai além: “imagine uma pessoa que queira deixar um local por qualquer motivo que seja. Talvez porque tenha um compromisso, queira se exercitar ou mesmo porque não lhe agrada ficar ali. Qual é a reação deste indivíduo ao se deparar com uma porta trancada? Não pensamos nisso, mas é o que normalmente fazemos com um paciente com demência. Trata-se de uma solução que funciona, por exemplo, para a equipe de profissionais de uma instituição de saúde, mas não para o doente. Na verdade, só aumenta seu estresse e ansiedade”.

Na sua opinião, ao receber um diagnóstico de demência, a pessoa passa a ter todas as suas manifestações associadas à doença: “na minha experiência, quase sempre a angústia do paciente está relacionada a outros fatores, como necessidades não atendidas ou alterações no seu entorno. A demência afeta a capacidade de comunicação, mas raramente é a causa desse estresse. Todos nós nos zangamos, ficamos tristes, frustrados ou ansiosos, mas indivíduos com demência ‘apresentam comportamentos’. Em vez de buscarmos as causas reais, optamos por medicamentos para controlar esse 'comportamento'".

O geriatra enfatiza que, mesmo num estado de declínio cognitivo, as pessoas necessitam de um ambiente acolhedor que as ajude a ter algum tipo de engajamento ou senso de propósito. “O modelo adotado nas instituições falha porque esvazia a identidade, as conexões”, afirma. Ele alerta para a urgência de repensarmos esse padrão, sob pena de ele se tornar uma das grandes vergonhas da medicina moderna.

 

G1

Foto: divulgação

Às vezes, as pessoas estão tão cansadas que esquecem de apagar a luz do quarto antes de dormir ou caem no sono com a televisão ligada. Ou têm medo do escuro. O hábito pode representar perigo – e não apenas para o valor da conta de luz. Segundo estudo, dormir com fontes de luz ligadas, como TV e lâmpadas, por exemplo, aumenta em 22% o risco de ganho de peso e em 33% a probabilidade de desenvolver obesidade. A possível explicação para esse efeito é que a incidência de luz durante a noite interfere no funcionamento do relógio biológico e, consequentemente, no metabolismo.

O estudo, publicado esta semana na revista JAMA Internal Medicine, descobriu que em cinco anos, as pessoas podem ganhar, em média, cinco quilos apenas por dormirem com a luz acesa. “Houve um risco de 17% de ganhar esses quilos, mesmo depois do ajuste dos fatores de risco”, explicou Dale Sandler, principal autora da pesquisa, à CNN. O risco pode ser mais significativo para mulheres – grupo avaliado pelos pesquisadores.


Essa não é a primeira vez que cientistas encontram uma associação entre luminosidade noturna e o ganho de peso. Em 2016, outro estudo mostrou que o aumento da exposição à luz durante a noite eleva em 10% o índice de massa corporal (IMC) no período de um ano em pessoas mais velhas.

Por causa dos riscos, especialistas ressaltam a necessidade de desligar as luzes e os aparelhos eletrônicos antes de ir para a cama. “Estamos no meio de uma epidemia de obesidade e melhor forma prevenção, como se alimentar melhor e fazer mais exercícios, é vista como difícil de cumprir. Se essas descobertas forem verdadeiras é uma mensagem de saúde pública muito fácil: desligar as luzes ao dormir”, comentou Dale.
Menos luz
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores americanos analisaram dados de 43.732 mulheres entre 35 e 74 anos. As informações foram coletadas de 2003 a 2009 e incluíam hábitos de sono, IMC e dormir ou não com alguma fonte de luz acesa. As participantes foram divididas em categorias: alta exposição (mais de uma fonte de luz dentro e/ou fora do quarto) e baixa exposição (uso de máscara ou sem luz durante o sono).

Ao fim do acompanhamento, a equipe descobriu que dormir com televisão ou luz ligadas estava associado ao ganho de cinco ou mais quilos, aumento de pelo menos 10% no IMC e maior risco de estar acima do peso ou obeso. Vale lembrar que IMC acima de 25 é considerado acima do peso e IMC de 30 ou mais é considerado obesidade. Para calcular esse índice basta dividir o peso pelo altura. Um IMC normal deve ficar entre 18,5 e 24,9.

Apesar dos resultados, os cientistas ressaltam que o estudo teve limitações, como não determinar a relação causal (ou seja, não é possível saber porque a luz produz este efeito, apenas supõem-se que esteja ligado ao relógio biológico). A análise também se baseou em autorrelatos e não houve explicação para o motivo que levaram essa mulheres a manter a luz acesa durante o sono.

Ainda assim, especialistas recomendam reduzir e/ou fontes de luz. “Não foi possível apontar diretamente a causalidade entre a exposição à luz do quarto durante a noite e o ganho de peso, mas o achado é definitivamente um passo nessa direção. Isso indica que precisamos respeitar nosso sono, ou seja, manter ambiente desprovido de qualquer tipo de luz”, concluiu Nathaniel Watson, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, à CNN.

 

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