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O advogado Enzo Samuel Alencar Silva, 25 anos, e a estudante Andreia de Carvalho, 23 anos, foram ao Quartel do Comando Geral (QCG) e entraram com uma representação contra os militares que os agrediram durante a manifestação dos estudantes na tarde da última terça-feira, 3, na avenida Frei Serafim.

Os dois foram acompanhados pelo advogado Ademar Carlos Lima que informou que foi realizado o exame de corpo de delito e que será pedido o afastamento dos PMs envolvidos. “O que ocorreu não é digno. É um ato inconstitucional e merece ser punido como tal”, declarou.

Enzo Samuel, que é advogado do Diretório Central de Estudantes (DCE) levou quatro pontos no rosto e afirma ter sido algemado e espancado dentro da viatura da Polícia. “Eles me colocaram lá dentro e disseram que não iriam me levar para a Central, mas para outro local onde eu iria levar uma surra. Só me soltaram quando perceberam que eu era advogado. Mesmo se eu fosse um malfeitor eles não teriam direito de fazer isso”, afirma.

Andreia de Carvalho é estudante de Letras da UFPI e foi atingida com uma bala de borracha na coxa direita. O local ferido está com um grande hematoma. “A gente se sente humilhada como se fossemos vagabundos, marginais. Eu estava de calça jeans e fico imaginando o que teria acontecido se eu não estivesse”, reclamou.

Boletins de Ocorrência

Segundo o advogado Enzo Samuel, foram colocados cerca de sete alunos na viatura. Mas, segundo a polícia, eles não foram levados para Central de Flagrantes porque não houve flagrante. Enzo afirmou que passou cerca de 40 minutos dentro da viatura e que ontem foram registrados seis boletins de ocorrência por agressão e maus tratos. Ainda segundo ele, os policiais não acreditaram que ele era advogado e só foi liberado quando a coronel Júlia o reconheceu.

OAB

O presidente da OAB-PI, Sigifroi Moreno, chegou ao QCG para reunião com comandante da Polícia Militar Rubens Pereira. Ele afirma que vai pedir imediato afastamento e a punição direta de policiais que agrediram o advogado e os alunos. "Temos provas de que era uma manifestação pacífica e que as agressões eram desnecessárias", disse.

Sigifroi acrescenta que solicitou maior prudência à Strans e que pediu providências ao Ministério Público.

Polícia Militar

O comandante da Polícia Militar, coronel Rubens Pereira, afirmou que vai instaurar um inquérito administrativo para apurar suposto abuso de poder de policiais e afirmou que já acionou a Corregedoria. “Eventos como esse não representam o pensamento geral da instituição. Mas tudo será apurado. Vamos adotar providências", assegura.

Ao ser questionado se houve excessos por parte dos policiais no episódio, o coronel disse que a investigação feita pela PM irá apurar o fato. "Os policiais estavam lá atuando no sentido de manter a ordem pública mas vamos verificar se houve excessos. Se eles atuaram contra o que está na legislação, serão penalizados", garantiu.

Após o término da reunião, o presidente da OAB afirmou que irá designar um profissional para acompanhar o processo de perto e avaliou a reunião como positiva. "Acredito no trabalho da PM", disse.

 
Fonte: cidadeverde