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A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) elaborou uma série de proposições para revisar a PNPMF (Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos), criada em junho de 2006, com o objetivo de garantir à população brasileira acesso seguro a esse tipo de planta e promover o uso sustentável da biodiversidade e o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.

medicinais

Entre as 18 ações propostas para ampliar a área de atuação da PNPMF figuram a criação de mecanismos para contemplar as farmácias vivas (que produzem fitoterápicos) nas diretrizes do programa; a articulação intersetorial entre ministérios, setores públicos e privados; a organização nacional da informação de base científica, genética e molecular por meio de plataformas e base de dados, democratizando seu acesso; e o fortalecimento da participação das comunidades indígenas, quilombolas, representantes de terreiro, agricultura familiar tradicional, raizeiras, ervaneiros, curandeiras e mateiros na composição no Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

O coordenador do Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos/Fiocruz, Glauco de Kruse Villas Bôas, também cita a atualização do arcabouço regulatório e o fortalecimento dos laboratórios nacionais como propostas de incremento para a PNPMF. “Se o Brasil não produz em escala, você não tem o acesso a esses medicamentos no SUS”.

O documento surgiu a partir do Webinário Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, evento organizado pelas Redes de Inovação em Medicamentos da Biodiversidade e pelo Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos/Fiocruz.

Na carta final do evento, entidades científicas pediram a reestruturação do Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos da PNPMF, com representantes de órgãos de governo e da sociedade civil para realizar seu trabalho à luz dos conceitos da bioeconomia e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Segundo Villas Bôas, o comitê está em fase de reestruturação.

No último dia 8, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, reuniu-se com o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, para apresentar a proposta de reformulação da atual PNPMF. A Agência Brasil entrou em contato com o ministério para solicitar informações sobre as perspectivas de implementação das mudanças propostas no âmbito da pasta, mas não recebeu resposta até o fechamento da reportagem.

Agência Brasil

Foto: Marcos Santos/USP Imagens/ Agência Brasil

Os opioides são um grupo de medicamentos analgésicos utilizados para o alívio de dores agudas ou crônicas.

opioides

Eles podem ser naturais, sintéticos ou semi-sintéticos, atuando de diferentes formas e com intensidades variadas.

O uso desse tipo de medicamento gera bastante discussão entre os especialistas, já que seus efeitos colaterais podem ser intensos, além do risco de dependência.

Continue a leitura para entender um pouco mais sobre esse tema.

Índice

Para que servem os opioides? Para quais condições podem ser prescritos? Mecanismo de ação Tipos Contraindicações Efeitos colaterais Complicações e riscos Dependência Para que servem os opioides? Os opioides servem para reduzir dores. Eles têm ação intensa e rápida, e podem ser indicados em casos de dores crônicas ou agudas, quando analgésicos com ação mais leve não são suficientes.

Dentro desse grupo, eles ainda podem ser divididos em fracos ou fortes, com intensidade de ação que variam.

Os opioides naturais são extraídos da planta papoula ou produzidos pelo próprio corpo humano, enquanto os sintéticos são desenvolvidos em laboratórios. Já os semi-sintéticos são uma junção dos dois primeiros.

Entre os medicamentos que fazem parte desse grupo, pode-se citar morfina, metadona, oxicodona, nalbufina e fentanil. Para quais condições podem ser prescritos? Os opioides geralmente são indicados para pacientes com dores neuropáticas (dor crônica no sistema nervoso ou periférico), lombares e de cabeça, traumas, artrite, em anestesias, no pré ou pós-operatório e no tratamento de pacientes com câncer.

Esse tipo de fármaco pode ser usado em diversas outras situações, e o uso deve ser orientado por um profissional, que irá avaliar os riscos e benefícios.

Opioides precisam de receita? Sim, a compra de opioides só pode ser feita com receita médica. Alguns medicamentos desse tipo exigem receita em duas vias, enquanto outros precisam do modelo que acompanha cadastro e possui controle da vigilância sanitária. Mecanismo de ação A ação dos opioides acontece no sistema nervoso central. Eles se conectam com os chamados receptores opioides presentes em diversos lugares, como no cérebro, medula e nos órgãos.

Eles podem atuar de diferentes formas, que se resumem na inibição dos neurônios responsáveis pela dor.

Muitos desses receptores estão relacionados com o trato gastrointestinal e com o sistema dopaminérgico, associado à motivação, prazer e recompensa.

Tipos Os opioides podem ser classificados em alguns tipos. A divisão tradicional os divide segundo a intensidade da ação:

Fracos; Intermediários; Fortes. Se separados de acordo com sua origem, os tipos são:

Naturais; Semi-sintéticos; Sintéticos. Por fim, há a divisão por funcionalidade, sendo quatro grupos:

Agonista puro; Agonista parcial; Agonista-antagonista; Antagonista puro. A morfina, por exemplo, um dos opioides mais conhecidos, é classificada como forte, natural e agonista pura. Contraindicações Cada tipo de opioide pode ter contraindicações específicas, já que agem de formas diferentes. Porém, em geral, não são indicados para mulheres grávidas, pois conseguem atravessar a placenta e ter acesso ao feto.

Alguns fármacos deste grupo podem não ser recomendados para crianças, idosos, pessoas diagnosticadas com asma ou alguma doença relacionada. Ao indicar um opioide, o(a) profissional responsável deve analisar todos os riscos e considerar as contraindicações de cada medicamento. Leia mais: Medicamentos na gravidez: saiba quais precisam ser evitados

Efeitos colaterais Os opioides podem provocar efeitos colaterais diversos, que variam de acordo com o tipo, dose ingerida e outros fatores. Destacam-se os seguintes:

Sonolência e alteração da consciência; Sedação; Alucinações; Euforia ou disforia (sensação de ansiedade e inquietude); Náuseas e vômitos; Contração excessiva da pupila; Depressão respiratória (respiração irregular e lenta); Constipação; Reações alérgicas, como coceiras; Redução da eficiência do sistema imunológico; Mudança na tolerância e dependência. Complicações e riscos As reações adversas que podem ser desencadeadas pelo uso de opioides já são riscos que devem ser considerados pelo(a) médico(a) ao prescrever algum fármaco deste grupo. Elas podem variar de acordo com o tipo de ação de cada medicamento no sistema nervoso e com a quantidade utilizada.

A tolerância ao medicamento é um dos principais. O que acontece é que o organismo passa a se acostumar com o fármaco e ele deixa de fazer o efeito desejado. Quando isso acontece, pode ser necessário ir aumentando a dose ingerida gradativamente.

Porém, é necessário um acompanhamento médico justamente para que essa administração seja avaliada com cautela, já que quanto maior a dose, maior podem ser as chances dos efeitos colaterais surgirem, assim como sua intensidade.

No caso de gestantes, o uso de opioides pode acarretar na dependência do feto, já que eles possuem a capacidade de atravessar a barreira da placenta. Outra complicação é a depressão respiratória no bebê logo após o nascimento, caso o medicamento seja utilizado durante o parto.

Além dos já citados, os opioides também oferecem um risco que não deve ser ignorado, que é a dependência. Entenda mais a seguir.

Dependência A dependência ou vício em opioides é um problema relativamente comum, e está relacionado à liberação de dopamina provocada pelo medicamento, que provoca a sensação de bem-estar.

Fatores diversos podem tornar uma pessoa mais propensa a desenvolver a dependência, tais como predisposição genética, contexto social, perfil psicológico, histórico anterior de drogas lícitas ou ilícitas, idade, sexo, nível de utilização do fármaco etc.

A dependência de opioides apresenta diversos riscos, a começar pelo fato de que, nesses casos, o indivíduo não tem orientação médica para fazer o uso dos medicamentos de forma adequada.

Dessa forma, fica vulnerável aos efeitos colaterais, especialmente se a dose utilizada for alta. Se misturado com algumas outras substâncias, os opioides podem provocar uma síndrome que causa sintomas como confusão, agitação, tremores, espasmos, transpiração e febre.

A overdose pode provocar depressão respiratória intensa, ocasionando uma falência pulmonar, com redução da temperatura, pressão e frequência cardíaca. Esse quadro pode ser fatal.

Pessoas com dependência de opioides também podem apresentar abstinência após a interrupção do uso, com sintomas que incluem respiração acelerada, transpiração, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, dores, mal estar, ansiedade e agitação.

Tratamento Pacientes que se tornam dependentes de opioides precisam passar por processos de tratamentos que podem variar caso a caso.

Eles podem envolver a redução da dose aos poucos para que ocorra a desintoxicação ou a parada abrupta, a substituição do tipo de medicamento, ações de emergência em caso de intoxicação, ou reabilitação, com programas que trabalham as áreas física e psicológica.

Os opioides podem ser muito necessários para a redução de dores intensas, permitindo um tratamento adequado e bem-estar a pacientes em diversos contextos. Porém, o uso deve ser feito com cautela e sempre sob orientação e acompanhamento médico.

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R7

Foto: divulgação

Cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), em parceria com pesquisadores australianos, desenvolveram uma nova tecnologia que permite a bactérias detectarem a presença de um tumor em seres vivos.

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Os resultados dos primeiros testes, em camundongos, foram publicados nesta sexta-feira (11) na revista Science. O método indentificou câncer no cólon dos roedores e pode abrir caminho para o desenvolvimento de biossensores capazes de achar diversas infecções, cânceres e outras doenças. As bactérias foram usadas no passado para vários fins diagnósticos e terapêuticos. No entanto, elas não tinham a capacidade de identificar sequências e mutações específicas de DNA fora das células.

Os pesquisadores usaram a tecnologia CRISPR — uma ferramenta de edição de genes que permite aos cientistas direcionar e modificar genes específicos no DNA de um organismo — para projetar as bactérias, mais especificamente a Acinetobacter baylyi, permitindo que eles analisassem sequências de DNA soltas e as comparassem com combinações específicas relacionadas ao câncer.

Essas bactérias, quando expostas ao DNA tumoral, sobreviveram e emitiram um sinal para indicar a presença da doença.

"Foi incrível quando vi as bactérias que absorveram o DNA do tumor sob o microscópio. Os ratos com tumores criaram colônias de bactérias verdes que adquiriram a capacidade de crescer em placas de antibióticos", lembrou a pesquisadora australiana Josephine Wright.

Os autores afirmam que, embora ainda precise ser aprimorada, a tecnologia tem o potencial de revolucionar o campo do diagnóstico e monitoramento de doenças, pois permite a detecção de marcadores genéticos específicos de forma não invasiva e econômica.

"Quando começamos este projeto, há quatro anos, nem tínhamos certeza se usar bactérias como sensor para o DNA de mamíferos era possível. [...] A detecção de cânceres gastrointestinais e lesões pré-cancerosas é uma oportunidade clínica atraente para aplicar essa invenção", disse o líder da equipe científica, Jeff Hasty, professor na Escola de Ciências Biológicas da UC San Diego e na Escola de Engenharia Jacobs.

R7

Foto: Freepik

Pesquisa do Nesa (Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente), da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), examinou a resposta vacinal de jovens de 12 a 24 anos contra o SARS-CoV-2, imunizados no período de 18 de fevereiro de 2021 a 25 de agosto de 2022.

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De acordo com o estudo, a ocorrência de eventos adversos foi de cerca de 52%, sendo a maioria leves e transitórios. Os mais frequentes foram dor no local da aplicação (52,6%), dor de cabeça (25,3%), febre baixa (19,3%) e dor no corpo (20,1%), principalmente após a segunda dose da vacina. No entanto, não foram observados casos graves. O trabalho da pediatra e médica de adolescentes Cristiane Murad Tavares analisou 699 pessoas atendidas no posto de vacinação do campus Maracanã da universidade.

“Avaliamos o perfil clínico, laboratorial e epidemiológico dessa faixa da população, bem como a resposta imunológica após o esquema vacinal primário e os efeitos colaterais”, explicou. Entre os principais resultados, a autora cita a baixa incidência de Covid-19 após a vacinação, sem registro de hospitalizações. “As vacinas se mostraram eficientes, não tendo sido observadas reações moderadas ou graves. Os achados sugerem que a imunização é segura e tem impacto no índice de pessoas que morrem em decorrência da doença”, afirmou. Seleção e acompanhamento

Os participantes foram selecionados no momento em que compareciam ao posto de vacinação da Uerj, no campus Maracanã, onde eram apresentados à dinâmica da pesquisa e sensibilizados sobre a relevância do estudo. Ele foram avaliados por meio de questionários sociodemográficos, da história clínica e das comorbidades, além da coleta de exames laboratoriais.

A avaliação da reação à vacina ocorreu em quatro momentos: na aplicação da primeira dose e do reforço, e 30 e 90 dias após a segunda dose. As vacinas disponíveis para a análise foram a Pfizer/BioNTech, a AstraZeneca/Oxford, a CoronaVac/Butantan e a Janssen.

Segundo a médica, o objetivo do estudo é reiterar a importância de políticas públicas que garantam o acesso à vacinação para toda a população, contribuir para conscientizar a sociedade e combater a desinformação em relação à ciência. De acordo com ela, durante a pandemia, proliferaram fake news associando a imunização contra Covid-19 a um suposto aumento no número de óbitos de adolescentes.

Na ocasião, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária desmentiu os boatos. O trabalho contou com a colaboração de vários setores da Uerj: o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), o Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, o Centro de Apoio à Pesquisa no Complexo de Saúde da Uerj, além da colaboração da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Agência Brasil

Foto: Julia Prado/MS