• Hospital Clinicor
  • Vamol
  • Roma

Foi preso na tarde de ontem, 17, um homem suspeito de abusar sexualmente de pelo menos duas mulheres durante sessões de um suposto tratamento psicoterapêutico na cidade de Uruçuí. Segundo o delegado Dyego Pascoal, o homem, identificado apenas como Dr. Pedro, se apresentava como "médico psicoterapeuta" ou fisioterapeuta holístico, e se aproveitava da situação para abusar de pacientes.

A denúncia partiu de uma paciente do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Uruçuí. Segundo o delegado Dyego, uma paciente relatou aos profissionais do Caps que sofreu abusos durante o "tratamento" com o suposto psicoterapeuta, e foi orientada a procurar a Polícia Civil.

“A paciente relatou ter sofrido uma série de abusos ainda nesta manhã (17) por esse falso médico”, disse o delegado. Ainda durante a manhã de quarta-feira (17), após receber as denúncias, os policiais conduziram o homem até a delegacia para prestar depoimento e ouviram testemunhas.

De acordo com o delegado Dyego, o homem abusou sexualmente de pelo menos duas mulheres em Uruçuí. Ele foi identificado como Pedro Roberto Martins Rodrigues, e autuado em flagrante pelos crimes de exercício ilegal da profissão e violação sexual mediante fraude.

Vulnerabilidade

O suspeito veio da cidade de Marabá, do estado do Pará, há cerca de três meses e se fixou em Uruçuí. Antes de abrir o próprio consultório, pediu emprego em clínicas do município. A ex-secretaria de Saúde de Uruçuí, Rita de Cássia, contou que o homem a procurou e ofereceu seus serviços também para a Prefeitura da cidade.

"Ele tinha uma conversa muito estranha. Chegou falando que já havia conversado com o prefeito, que haviam combinado um convênio, mas o prefeito não tinha falado comigo. Dizia que tinha quatro clínicas espalhadas pelo país", disse Rita de Cássia.

Depois de não conseguir trabalho, ele passou a oferecer consultas e tratamentos em domicílio. O homem passou a se apresentar como fisioterapeuta holístico e médico psicoterapeuta e a atender homens e mulheres. “Ele escolhia pacientes que tinham algum problema de ansiedade, depressão, ou estivesse de certa forma numa situação de vulnerabilidade”, explicou o delegado Diego Pascoal.

A investigação apurou que os abusos aconteciam durante os atendimentos. “Ele alegava que aquilo fazia parte do tratamento. Se aproveitava das vítimas, da situação de fragilidade emocional, e aproveitava para praticar uma série de abusos com essas mulheres”, disse o delegado.

O delegado contou ainda que o suspeito buscava se estabelecer em municípios do interior por onde passava e se envolver na comunidade para ganhar a confiança dos moradores.

“Ele anda em cidades pequenas oferecendo esse tipo de serviço. Ele se integra na comunidade, vai ganhando a confiança, faz anúncios com carro de som, vai conseguindo pacientes dos dois sexos, para dar uma certa cobertura. É um cara que sabe conversar bem, sabe levar as coisas na conversa”, explicou o delegado.

Através da confiança que conseguia, o homem passava a ser considerado médico pelas pessoas da comunidade. “Ele nem sempre afirma que é médico, mas ele não nega. E já tem um discurso pronto para usar quando é pressionado sobre isso”, disse.

 

G1PI