• Hospital Clinicor
  • Vamol
  • Roma

O promotor José William Pereira Luz, da comarca de Canto do Buriti, denunciou o soldado da Polícia Militar Alexandro Machado da Silva pelo homicídio do vaqueiro Edvaldo Costa dos Santos, morto no dia 8 de setembro, na cidade de Canto do Buriti. O promotor também denunciou a tentativa de homicídio contra Máximo dos Santos, amigo do vaqueiro que foi baleado na perna na mesma ocasião.

Na denúncia o promotor afirma que o policial militar atirou contra Edvaldo e Máximo motivado por ciúmes de uma mulher com quem estava na noite do crime, motivo considerado fútil. De acordo com os depoimentos das testemunhas apresentados pelo MP, o vaqueiro Edvaldo pediu que o amigo Máximo mandasse um recado para a mulher em um bar, horas antes de ser morto a tiros.

A situação teria gerado ciúmes no policial, que bebia no mesmo bar acompanhado por outro PM e uma adolescente. Segundo a denúncia, o policial atirou contra Edvaldo e Máximo quando os dois passaram por ele em uma motocicleta, sem pedir que parassem.

De acordo com o laudo cadavérico apresentado pelo MP, Edvaldo foi atingido por um tiro no ombro esquerdo e na lateral esquerda do tórax, e morreu ainda no local. Máximo foi baleado na perna esquerda, foi socorrido e encaminhado para o hospital Tibério Nunes, em Floriano.

Repercussão na imprensa local

O promotor José William Pereira Luz, da comarca de Canto do Buriti afirma ainda que o policial mentiu para a instituição da Polícia Militar ao afirmar aos seus superiores que a vítima havia tentado roubá-lo usando uma faca, e que teria atirado para se defender. A informação foi repassada para a imprensa local, que noticiou o caso como uma tentativa de assalto frustrada.

“Tal afirmação foi plantada pelo próprio denunciado, gerando caos social e revolta da população desse município, que colocou em descrédito a atuação da própria Polícia Militar” escreveu o promotor na denúncia. Para o promotor, a Polícia Militar do Piauí foi vítima do soldado.

O caso repercutiu em Canto do Buriti. Centenas de moradores acompanharam o cortejo fúnebre da vítima no dia seguinte ao crime. Dias depois, milhares de pessoas percorreram as ruas da cidade em homenagem ao vaqueiro e para exigir que o caso fosse investigado. Dezenas de vaqueiros acompanharam o protesto montados em cavalos, e negaram que Edvaldo tivesse envolvimento com crimes.

Após a repercussão, o Ministério Público foi acionado e pediu que o policial militar fosse afastado de suas funções e tivesse sua arma apreendida. A Polícia Militar abriu um inquérito para investigar o caso. Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Piauí informou que ainda não foi notificada sobre a denúncia do Ministério Público.

 

G1